Saúde

Queimadas geram fumaça em residências e proteção pode custar bilhões ao país

Mais de um bilhão de pessoas foram expostas a ar insalubre em casa devido a incêndios florestais, revelam pesquisadores. A falta de purificadores de ar agrava a situação, especialmente em países de baixa renda.

Foto:Reprodução

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Quando incêndios florestais ocorrem, autoridades de saúde recomendam que as pessoas permaneçam em ambientes fechados para se proteger da fumaça tóxica. No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista Science Advances revela que essa proteção pode ser ilusória. Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, cerca de 1 em cada 8, foram expostas a ar insalubre proveniente de incêndios florestais enquanto estavam dentro de casa entre 2003 e 2022.

Os pesquisadores descobriram que a fumaça, composta por partículas finas conhecidas como PM2,5, pode infiltrar-se em residências, aumentando o risco de doenças respiratórias e outras complicações de saúde. Essas partículas têm cerca de 1/30 da largura de um cabelo humano e podem viajar longas distâncias, afetando a qualidade do ar em locais distantes dos incêndios.

Desigualdade no Acesso a Soluções

Embora purificadores de ar e isolamento adequado possam ajudar a mitigar os riscos, esses dispositivos são frequentemente inacessíveis em países de baixa renda. A pesquisa aponta que as regiões mais afetadas são predominantemente na África Central, onde a exposição interna à fumaça é mais elevada. Os autores do estudo destacam que a distribuição desigual de recursos pode agravar as injustiças sociais, expondo os mais vulneráveis a riscos à saúde.

Os dados mostram que, nos Estados Unidos, 25 milhões de pessoas a mais respiraram ar insalubre em 2022 em comparação ao ano anterior, em parte devido a incêndios florestais. A pesquisa enfatiza que as pessoas passam mais de 80% do tempo em ambientes fechados, o que torna a qualidade do ar interno uma preocupação crescente.

Custos e Políticas Necessárias

Os pesquisadores estimaram que garantir que cada residência mantenha as concentrações de PM2,5 abaixo de 5 microgramas por metro cúbico poderia custar mais de US$ 4 trilhões globalmente. Apenas mitigar a poluição proveniente de incêndios florestais custaria mais de US$ 68 bilhões. A costa oeste da América do Norte e o norte da Ásia enfrentariam os maiores custos totais, enquanto a África teria o maior custo por pessoa.

A professora Yifang Zhu, da UCLA, ressalta a necessidade de políticas públicas que garantam acesso a purificadores de ar, especialmente em países de baixa renda. "Essas pessoas têm o direito de respirar ar limpo dentro de suas casas," afirma Zhu, enfatizando que o custo não deve recair sobre os indivíduos, mas sim sobre os governos.

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