Skincare infantil gera polêmica por riscos à saúde e impacto na autoestima

A popularização do skincare entre crianças e pré-adolescentes tem gerado debates nas redes sociais, especialmente com a influência de mini influencers que compartilham tutoriais de beleza. A dermatologista Juliana Piquet, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta sobre os riscos associados ao uso de cosméticos nessa faixa etária.

A pele infantil é mais sensível e permeável, aumentando a absorção de substâncias potencialmente nocivas. Ingredientes como metais pesados, parabenos e conservantes podem causar reações adversas, incluindo alergias e citotoxicidade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite o uso de maquiagens infantis a partir dos três anos, mas recomenda supervisão de um adulto.

Juliana Piquet destaca que o uso precoce de cosméticos pode impactar negativamente a autoimagem das crianças. "Esse cenário pode favorecer o desenvolvimento de distúrbios relacionados à imagem corporal e afetar a autoestima dos jovens," afirma a especialista. Ela recomenda que os pais escolham produtos que atendam a critérios de segurança dermatológica e considerem os aspectos psicológicos.

Sobre a idade ideal para iniciar o uso de cosméticos, não há consenso. A médica sugere adiar a introdução de maquiagem e ativos como a vitamina C até que a pele esteja mais madura. A exposição precoce a esses produtos pode aumentar o risco de sensibilização e alergias. Embora produtos hipoalergênicos possam reduzir reações adversas, não eliminam completamente os riscos associados ao uso de cosméticos em crianças.