Complicações oculares em mutirões oftalmológicos afetam mais de 200 pacientes no Brasil

Complicações oculares em mutirões oftalmológicos no Brasil têm gerado preocupação. Um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) revela que pelo menos 222 pessoas enfrentaram problemas após cirurgias realizadas entre 2022 e 2025. Desses, 20% (45) perderam a visão em um ou ambos os olhos.

Recentemente, em Campina Grande (PB), mais de 30 pacientes desenvolveram infecções após receberem injeções de medicamentos vencidos. A Secretaria de Saúde da Paraíba investiga o caso e reconheceu a utilização de remédios fora do prazo. O CBO alerta que a infecção é um dos principais riscos em condições sanitárias inadequadas.

Normas sanitárias e segurança

A presidente do CBO, Wilma Lelis Barboza, enfatiza a importância de seguir normas sanitárias rigorosas durante os procedimentos. "Infecção é o principal risco de complicação diante de uma condição sanitária inadequada", afirma. Ela destaca que mutirões devem ocorrer em locais adequados, com equipe técnica certificada e supervisão da Vigilância Sanitária.

O CBO recomenda que, após cirurgias, os pacientes sejam acompanhados por até 30 dias. Qualquer evento adverso deve ser comunicado imediatamente à Vigilância Sanitária. Além disso, mutirões não devem ser realizados em unidades móveis ou estruturas temporárias.

Guia de orientações

Para auxiliar na realização de mutirões oftalmológicos, o CBO elaborou um guia que compila normas das autoridades sanitárias. A Anvisa, preocupada com as complicações, convocou representantes da sociedade médica para discutir e elaborar diretrizes. O guia apresenta essas informações de forma didática, visando garantir a segurança dos pacientes e evitar novos incidentes.