Oliver Sacks revela correspondências que revelam sua vida e desafios profissionais

Oliver Sacks, renomado neurocientista e escritor, teve suas cartas compiladas no livro "Cartas", publicado pela Anagrama. A obra oferece uma visão íntima de sua vida, reflexões sobre pacientes e interações com amigos e colegas. Sacks, que faleceu em 2015, é conhecido por obras como "Despertares" e "Migraña".

As cartas revelam a complexidade de sua experiência profissional. Em uma correspondência, Sacks descreve como quinze pacientes tratados com DOPA, um medicamento, mostraram melhorias significativas após anos de dependência. Ele expressa sua gratificação e fascínio pela capacidade do medicamento de reanimar pacientes que estavam "praticamente petrificados".

Em outra carta, Sacks se dirige à psiquiatra Rita Henryk-Gutt, comentando sobre críticas ao seu livro "Migraña". Ele defende a importância de considerar a experiência do paciente, em vez de focar apenas nos aspectos neuroquímicos da doença. Sacks argumenta que a fenomenologia da migração é crucial para a compreensão do sofrimento humano.

Reflexões sobre a Vida e a Morte

Sacks também compartilha momentos pessoais, como seu diagnóstico de câncer. Em uma carta ao psicólogo Jeremy Bruner, ele revela que o melanoma que desenvolveu em 2006 fez metástase no fígado. Ele expressa gratidão pelas experiências vividas e pela amizade de Bruner, destacando a importância de aproveitar a vida e continuar escrevendo.

O livro "Cartas" é uma oportunidade para os leitores conhecerem melhor o homem por trás das obras. As correspondências mostram um Sacks sensível, perspicaz e generoso, que se dedicou a entender a condição humana através da neurologia. A publicação está disponível desde 28 de maio.