30 de mai 2025
Desigualdade de gênero persiste em publicações científicas, aponta análise da Nature
Desigualdade de gênero persiste na publicação científica: apenas 16% dos autores correspondentes são mulheres, sem mudanças desde 2018.
Foto: Reprodução
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A disparidade de gênero entre autores correspondentes em publicações científicas persiste, conforme uma nova análise publicada pela revista Nature. O estudo, que abrangeu 215 mil manuscritos submetidos entre janeiro de 2023 e julho de 2024, revela que apenas 16% dos autores correspondentes eram mulheres. Este percentual é ligeiramente inferior ao de 17% encontrado em uma análise anterior, realizada em 2018.
A pesquisa mostra que a representação feminina varia entre as áreas de estudo. Nos periódicos de psicologia e ciências da vida, as mulheres representam 33% e 23%, respectivamente. Em contrapartida, nas áreas de ciência da computação, química e física, essa proporção cai para 13% e pouco acima de 10%. A análise também destaca que as revistas mais seletivas tendem a ter uma menor participação feminina entre os autores correspondentes.
Iniciativas em Andamento
Para abordar essa questão, a Nature implementou iniciativas visando aumentar a diversidade entre autores e revisores. As editoras estão ativamente buscando submissões de mulheres, o que já resultou em um aumento na participação feminina em artigos de revisão. Além disso, um projeto para incentivar pesquisadores em início de carreira a participar do processo de revisão está em andamento, promovendo a mentoria por pesquisadores mais experientes.
Os dados indicam que artigos com mulheres como autoras correspondentes têm uma taxa de aceitação ligeiramente superior quando avaliados por painéis de revisão de gênero misto. No entanto, a análise não encontrou evidências de viés negativo contra mulheres nos processos editoriais e de revisão por pares.
Desafios Persistentes
Apesar dos esforços, a análise ressalta que 20% dos manuscritos não apresentaram dados de gênero, pois muitos foram submetidos por administradores de pesquisa que não divulgaram essa informação. A Nature reconhece que a distribuição de gênero entre autores correspondentes é uma medida imperfeita e que a meta deve ser a diversidade em toda a lista de autores.
A revista continuará a monitorar suas práticas de publicação para comparar dados ao longo dos anos. A Nature enfatiza que a responsabilidade de melhorar a diversidade no campo da pesquisa é coletiva, envolvendo universidades, empresas e organizações governamentais e não governamentais.
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