01 de jun 2025
Imunoterapia traz esperança a pacientes com câncer avançado de cabeça e pescoço
Imunoterapia com pembrolizumabe promete dobrar a sobrevida de pacientes com câncer avançado de cabeça e pescoço, revelam estudos recentes.
Laura se sente bem seis anos após o diagnóstico de câncer avançado na língua. (Foto: Laura Marston)
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Centenas de milhares de pacientes com câncer avançado de cabeça e pescoço podem ter uma vida mais longa sem recorrência da doença, graças ao uso do medicamento de imunoterapia pembrolizumabe, conforme um recente ensaio clínico. Este avanço representa a primeira inovação significativa no tratamento desse tipo de câncer em duas décadas.
Laura Marston, de 45 anos, diagnosticada com câncer avançado na língua há seis anos, é um exemplo do impacto positivo do tratamento. Ela recebeu imunoterapia antes e depois da cirurgia, o que ajudou seu corpo a se preparar para combater a doença caso ela retornasse. Mais da metade dos pacientes diagnosticados com câncer avançado de cabeça e pescoço morrem em até cinco anos, e Laura tinha apenas 30% de chance de sobrevivência em 2019.
Após uma cirurgia para remover a língua e gânglios linfáticos, Laura teve que reaprender a falar e comer. Ela participou de um estudo internacional que envolveu mais de 350 pacientes, recebendo pembrolizumabe para fortalecer seu sistema imunológico. O professor Kevin Harrington, responsável pelo estudo no Reino Unido, afirmou que o tratamento permite que o sistema imunológico "observe" o tumor e gere uma resposta antitumoral.
Resultados Promissores
Os resultados do estudo mostraram que a nova abordagem dobrou o tempo médio de pacientes livres de câncer, passando de dois anos e meio para cinco anos. Após três anos, os pacientes tratados com pembrolizumabe apresentaram um risco 10% menor de recorrência da doença.
Laura, agora trabalhando em tempo integral, expressou sua gratidão pelo tratamento: "Fazer essa imunoterapia incrível me devolveu a vida." Os pesquisadores destacam que a administração do medicamento antes da cirurgia é crucial para treinar o corpo a combater o câncer.
O professor Harrington acredita que a imunoterapia pode "mudar o mundo" para esses pacientes, reduzindo significativamente a chance de o câncer se espalhar. Com cerca de 12.800 novos casos diagnosticados anualmente no Reino Unido, a nova abordagem deve ser disponibilizada no Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Os resultados do estudo, denominado Keynote, foram apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e envolveram 192 hospitais em 24 países, sendo liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington e financiado pela empresa farmacêutica MSD.
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