Saúde

Lobos na península Ibérica mostram recuperação, mas ainda estão em risco histórico

População de lobos na península Ibérica é um terço da que existia há 150 anos, revelam pesquisadores. A recuperação é ilusória.

Foto: Reprodução

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Pesquisadores da Estação Biológica de Doñana revelaram que a população de lobos na península Ibérica é apenas um terço da que existia há 100 ou 150 anos. Apesar da percepção de recuperação da espécie, os dados históricos mostram que a situação atual é preocupante.

Miguel Clavero, biólogo da instituição, destaca que a presença de lobos era ampla até o século XIX, abrangendo regiões como Sierra Morena e o sul de Valência. Ele afirma que, ao contrário do que se acredita, a situação atual não é boa, pois os lobos estão ausentes em muitos locais onde antes eram comuns.

A pesquisa enfatiza a importância de dados históricos para entender a biodiversidade e a necessidade de restaurar ecossistemas degradados. A nova legislação europeia exige que a Espanha restaure 30% dos habitats degradados até 2030. No entanto, Laetitia Navarro, também pesquisadora da Estação Biológica, ressalta que os dados disponíveis são limitados e refletem apenas um período recente.

Importância dos Dados Históricos

Clavero utiliza documentos antigos, como o Livro de Montería do século XIV, para reconstruir a distribuição de espécies como o urso pardo. Ele observa que, no passado, essa espécie estava presente em áreas que hoje são restritas. Além disso, registros do século XVI, encomendados por Felipe II, fornecem informações sobre a fauna e flora da época.

A análise histórica é crucial para evitar o que Clavero chama de síndrome de referências cambiantes, onde a percepção do que é um ecossistema saudável se limita ao que as gerações atuais conhecem. Isso pode levar a uma subestimação da degradação ambiental.

Desafios na Restauração

A incerteza sobre quantos lobos são necessários para restaurar um ecossistema funcional é alta. Navarro afirma que a ausência de predadores, como os lobos, pode causar problemas significativos, como o aumento descontrolado da população de coelhos.

A pesquisa destaca a necessidade de unir os interesses da população com os objetivos de conservação. A falta de memória coletiva sobre a fauna local, como lobos e ursos, pode dificultar a aceitação do retorno dessas espécies. Assim, os dados históricos podem ajudar a reconectar as pessoas com a biodiversidade e a história natural da região.

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