Saúde

Biólogos defendem a preservação do piojo do lince, espécie ameaçada de extinção

A extinção do piojo do lince ibérico levanta questões éticas sobre a preservação de espécies e o uso de tecnologias como CRISPR.

O gusano barrenador do ganado é a fase larvaria da mosca 'Cochliomyia hominivorax'. Ele se alimenta dos fluidos dos tecidos vivos de feridas e llagas, provocando miasis, que pode ser mortal. (Foto: Science History Images / Alamy Stock Photo)

O gusano barrenador do ganado é a fase larvaria da mosca 'Cochliomyia hominivorax'. Ele se alimenta dos fluidos dos tecidos vivos de feridas e llagas, provocando miasis, que pode ser mortal. (Foto: Science History Images / Alamy Stock Photo)

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O Felicola (Lorisicola) isidoroi, um piolho específico do lince ibérico, é considerado provavelmente extinto, com o último registro em 1997. A conservação do lince não incluiu a preservação de seu parasita, levando a discussões sobre a ética da extinção deliberada de espécies.

Recentemente, biólogos e ecólogos publicaram um artigo na revista Science abordando a questão da extinção de espécies e o uso de tecnologias como CRISPR para controle de populações de vetores de doenças, como mosquitos. O zoólogo da Universidade de Jaén, Jesús María Pérez, argumenta que o piolho do lince deve ser preservado, pois é parte da biodiversidade e possui um valor evolutivo único.

O dilema do F. (L.) isidoroi reflete a complexidade da conservação. Enquanto o lince ibérico recebe atenção, seu parasita é negligenciado. O artigo de opinião destaca que, ao longo da história, os humanos têm sido eficazes em extinguir espécies, mas falharam em erradicar patógenos. A extinção do piolho é um efeito colateral da quase eliminação dos linces, não uma ação direta contra ele.

Os avanços em biotecnologia, como a modificação genética, levantam questões éticas. Gregory Kaebnick, do Centro Hastings de Bioética, ressalta que a justificativa para a erradicação de uma espécie deve ser moralmente sólida e considerar o sofrimento causado. A discussão se estende a outras espécies, como mosquitos, que não são patogênicos, mas atuam como vetores de doenças.

A combinação de técnicas, como a modificação genética e a irradição, tem sido utilizada para controlar populações de mosquitos, visando reduzir a incidência de doenças como a malária. Pesquisadores do Imperial College de Londres trabalham em mosquitos geneticamente modificados para combater a malária, destacando a necessidade de uma avaliação rigorosa antes de qualquer liberação em campo.

Essas discussões sobre a ética da extinção e o uso de tecnologias emergentes refletem a necessidade de um equilíbrio entre a conservação da biodiversidade e o controle de doenças que afetam a saúde pública.

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