03 de jun 2025
Shamsa Sharawe se torna referência na luta contra a mutilação genital feminina
Ativista Shamsa Sharawe luta para que o NHS ofereça cirurgia de reconstrução genital após sua experiência com mutilação feminina.
Shamsa Sharawe, sobrevivente de mutilação genital, em sua casa no norte da Inglaterra. (Foto: Nariman El-Mofty/The New York Times)
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Shamsa Sharawe, ativista britânica, passou por uma cirurgia de reconstrução genital na Alemanha em 2023, buscando criar uma vulva adulta e aliviar dores crônicas. Ela agora luta para que o Sistema Nacional de Saúde (NHS) ofereça esse procedimento.
Sharawe, conhecida por seus vídeos no TikTok, compartilha sua experiência com a mutilação genital feminina, um tema frequentemente silenciado. Desde os seis anos, quando foi submetida ao procedimento na Somália, ela enfrenta as consequências físicas e emocionais dessa prática. Em seus vídeos, usa uma rosa para ilustrar sua história, cortando suas pétalas enquanto alerta sobre os gatilhos emocionais.
Após arrecadar mais de 20 mil euros (aproximadamente R$ 129 mil) por meio de financiamento coletivo, Sharawe viajou para a Alemanha, onde se submeteu à cirurgia realizada pelo Dr. Dan O’Dey. A operação durou mais de quatro horas e visou criar uma nova ponta clitoriana e reposicionar o clitóris, aliviando a dor causada por cicatrizes.
A recuperação foi lenta, mas Sharawe percebeu que a cirurgia eliminou sua dor constante. Apesar de estar satisfeita com o resultado, ela ficou endividada, já que o valor arrecadado não cobriu todos os custos. O NHS oferece apenas a desinfibulação, um procedimento para abrir vaginas seladas, mas não a cirurgia de reconstrução.
Sharawe expressa sua indignação com a falta de opções no NHS, que realiza cirurgias de afirmação de gênero, mas não oferece a reconstrução genital para sobreviventes de mutilação. Ela lançou uma petição para que o NHS financie esse procedimento, afirmando: “Estamos dizendo o que precisamos, e vocês não estão ouvindo.”
A ativista continua a compartilhar sua jornada nas redes sociais, incentivando outras sobreviventes a falarem sobre suas experiências. Em um post recente, ela celebrou sua capacidade de sentar sem dor, um marco em sua recuperação. Sharawe destaca a importância de abordar esses temas de forma aberta, afirmando que “não é só traumático e triste. Não! Você vai rir.”
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