Brasil registra superávit comercial de US$ 7,24 bilhões em maio, mas queda nas exportações

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 7,24 bilhões em maio, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta quinta-feira (5). O resultado ficou abaixo da expectativa de US$ 8,29 bilhões prevista por economistas. As exportações totalizaram US$ 30,16 bilhões, com uma leve queda de 0,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as importações aumentaram 4,7%, somando US$ 22,92 bilhões.

A queda nas exportações de carne de frango, que recuaram 14,4% em volume e 12,9% em valor, é atribuída às restrições impostas após a confirmação de gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul. O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, destacou que cerca de 40 países impuseram embargos à carne de frango brasileira, incluindo a China, principal comprador em 2024.

Desempenho do Ano

No acumulado do ano até maio, o superávit comercial foi de US$ 24,43 bilhões, uma redução de 30,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. As exportações somaram US$ 136,93 bilhões, com uma queda de 0,9%, enquanto as importações totalizaram US$ 112,49 bilhões, um aumento de 9,2%.

Brandão também mencionou um "deslocamento temporal" nas exportações de soja e milho, que devem ocorrer mais nos próximos meses devido a uma colheita tardia. As vendas para a Argentina surpreenderam, com um crescimento de 67,4%, totalizando US$ 1,7 bilhão, enquanto as exportações para a China caíram 0,5%.

Impacto das Restrições

As restrições à carne de frango impactaram significativamente o setor. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que a apreensão de 18,8 mil quilos de cortes de frango ocorreu em um frigorífico no Rio Grande do Sul. A situação é monitorada de perto, e o Mapa mantém diálogo com autoridades sanitárias internacionais para garantir a segurança das exportações.

O cenário atual revela um superávit que, embora positivo, está se estreitando, refletindo a crescente dependência de importações e a necessidade de diversificação da pauta exportadora brasileira.