05 de jun 2025
MHRA alerta mulheres sobre riscos de gravidez ao usar medicamentos análogos de GLP-1
Uso de medicamentos análogos de GLP 1 pode comprometer a eficácia de anticoncepcionais orais; MHRA recomenda contracepção eficaz.
Tirzepatida (Mounjaro) proporciona redução de peso maior que a da semaglutida (Ozempic e Wegovy). (Foto: Divulgação / Eli Lilly)
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A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) emitiu um alerta nesta quinta-feira para mulheres que utilizam medicamentos análogos de GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, frequentemente prescritos para o tratamento da obesidade. A agência recomenda que as pacientes adotem métodos contraceptivos eficazes enquanto estiverem em uso desses fármacos e, em alguns casos, por até dois meses após a interrupção do tratamento.
O alerta destaca que o Mounjaro, fabricado pela Eli Lilly, pode reduzir a eficácia de anticoncepcionais orais, aumentando o risco de gravidez não planejada. A MHRA orienta que mulheres com sobrepeso que utilizam esse medicamento e anticoncepcionais orais considerem também métodos não orais, como implantes ou DIUs. A agência ressalta que esses medicamentos não devem ser usados durante a gravidez, enquanto se tenta engravidar ou durante a amamentação, devido à falta de dados sobre sua segurança.
Riscos e Evidências
Pesquisadores apontam que estudos em animais indicam um risco de malformações fetais associadas ao uso desses medicamentos durante a gestação. No entanto, a professora de Obstetrícia da Universidade de Edimburgo, Caroline Ovadia, afirma que não foram encontrados casos semelhantes em humanos. Ela observa que as evidências disponíveis não sugerem danos imediatos, mas recomenda que gestantes interrompam o uso.
O alerta da MHRA surge em meio a relatos de mulheres nas redes sociais, utilizando a hashtag #OzempicBaby, que compartilham experiências de dificuldades para engravidar enquanto usavam esses medicamentos. A MHRA recebeu pelo menos quarenta relatos desse tipo. Especialistas afirmam que a obesidade pode reduzir a fertilidade, e mulheres que perdem peso com o uso de GLP-1 podem ter mais chances de engravidar.
Considerações Finais
Channa Jayasena, especialista em Endocrinologia Reprodutiva do Imperial College London, sugere que a absorção de anticoncepcionais orais pode ser prejudicada pelo uso de GLP-1, que retarda o esvaziamento gástrico. Ying Cheong, especialista em Medicina Reprodutiva da Universidade de Southampton, acrescenta que efeitos colaterais gastrointestinais, como vômitos e diarreia, podem comprometer a eficácia dos contraceptivos orais. Bassel Wattar, obstetra e ginecologista do Hospital St Helier, destaca que a perda de peso significativa pode restaurar a ovulação em algumas mulheres, aumentando as chances de gravidez espontânea.
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