Saúde

Apenas 20% das unidades de saúde oferecem inserção de DIU, revela censo nacional

Ministério da Saúde planeja aumentar a inserção de DIUs na atenção primária, visando melhorar o acesso a métodos contraceptivos.

Atendimento na UBS Nair Nunes da Silva, no Jardim Reimberg, na zona sul de São Paulo (Foto: Jardiel Carvalho - 24.abr.2025/Folhapress)

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Apenas 19,7% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no Brasil realizam a inserção de DIUs (dispositivos intrauterinos), um método contraceptivo eficaz, segundo dados do censo nacional do Ministério da Saúde. O levantamento, que abrange cerca de 50 mil estabelecimentos de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS), também aponta que 60,4% das UBSs necessitam de reforma.

Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou um aumento de 55% na inserção de DIUs na atenção primária, passando de 52 mil em 2022 para 80,3 mil em 2024. Para apoiar essa iniciativa, estão sendo implementados centros de multiplicação em cinco capitais brasileiras.

A baixa taxa de inserção de DIUs é atribuída à falta de capacitação dos profissionais de saúde. O médico de família Gustavo Gusso, professor da USP, destaca que muitos profissionais acreditam que a inserção é uma função exclusiva de ginecologistas. Fabiano Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina e Comunidade, reforça que o treinamento para a inserção não é complexo, mas ainda há muitos profissionais não capacitados.

Desafios na Atenção Básica

A enfermeira Carmem Silvia Guariente, do Cosems-SP, aponta que a insegurança dos médicos em realizar o procedimento é um obstáculo. Essa insegurança pode ser causada pelo receio de complicações, mesmo sendo um procedimento simples. Além disso, muitos profissionais acreditam que é necessário realizar um ultrassom após a inserção, o que não é sempre viável devido à limitação de recursos nas UBSs.

Culturalmente, muitas mulheres ainda preferem métodos como a pílula anticoncepcional, apesar da eficácia superior do DIU. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 mostram que apenas 4% das mulheres em idade reprodutiva utilizam o DIU, enquanto a pílula é o método mais comum, com 38% de adesão.

O Ministério da Saúde está trabalhando para ampliar o acesso a métodos contraceptivos, incluindo o DIU, com investimentos de R$ 2,8 bilhões por ano nas equipes de saúde da família. A meta é aumentar a conscientização e a capacitação dos profissionais, visando melhorar a oferta desse método contraceptivo nas UBSs.

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