23 de jun 2025

Arroz se adapta melhor às mudanças climáticas e garante colheitas sustentáveis
Estudo revela que o arroz terá a menor queda de rendimento entre as culturas, com apenas 1% até o final do século, enquanto trigo e soja enfrentam perdas maiores.

Plantação de arroz em Qionghai, na China - Meng Zhongde - 21.mai.2025/Xinhua (Foto: Meng Zhongde - 21.mai.2025/Xinhua)
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Em um cenário de mudanças climáticas que impactam a agricultura global, uma nova pesquisa indica que o arroz pode ser a cultura menos afetada. O estudo, publicado na revista Nature, revela que os rendimentos globais de arroz devem cair apenas 1% até o final do século, contrastando com perdas significativas em outras culturas, como trigo e soja.
Os pesquisadores analisaram a produção futura de seis culturas básicas e descobriram que o arroz se destaca por sua adaptabilidade. Andy Hultgren, professor assistente na Universidade de Illinois Urbana-Champaign e autor do estudo, afirma que a cultura é mais protegida devido a suas características e às ações que os agricultores podem implementar. O calor extremo, especialmente as altas temperaturas diurnas, prejudica outras culturas, mas pode beneficiar algumas variedades de arroz em climas úmidos do sul e sudeste asiático.
Embora o rendimento do arroz também deva cair, a pesquisa sugere que o aumento da renda na Ásia permitirá que os agricultores adotem variedades mais produtivas. Em comparação, o trigo pode sofrer uma queda de até 14%, enquanto a soja pode enfrentar perdas de 22%. O estudo é pioneiro ao calcular como as adaptações dos agricultores interagem com as mudanças climáticas, utilizando dados detalhados e aprendizado de máquina para prever a produtividade agrícola.
Impactos e Adaptações
Os pesquisadores projetam que, sem intervenções, os rendimentos globais podem diminuir cerca de 10% até 2050 em um cenário de altas emissões. Com adaptações e desenvolvimento econômico, essa queda pode ser reduzida para 8%. Até 2098, a adaptação pode mitigar o impacto do aumento das temperaturas, diminuindo a redução dos rendimentos de 37% para 24%.
As maiores perdas de produtividade devem ocorrer em regiões agrícolas importantes, como o Meio-Oeste dos EUA, afetando severamente a produção de milho e soja. Famílias de baixa renda, especialmente na África Subsaariana, que dependem de culturas como a mandioca, também enfrentarão desafios significativos. Timothy Searchinger, pesquisador sênior da Universidade de Princeton, destaca que as principais culturas sofrerão um impacto negativo maior do que se imagina, especialmente em cenários de aquecimento extremo.
O estudo, embora sofisticado, tem limitações, como a subestimação do impacto de eventos climáticos extremos, que podem afetar drasticamente a agricultura. Hultgren observa que as projeções servem como um alerta sobre a necessidade de inovação para que os agricultores continuem a cultivar as culturas tradicionais em suas regiões habituais.
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