"É preciso prever quem será afetado por desastres, não apenas onde ocorrerão"

A Environmental Inequality Lab desenvolveu uma nova metodologia de análise que combina dados demográficos e previsões meteorológicas, testada durante o furacão Milton, que atingiu a costa oeste da Flórida em 9 de outubro de 2024. Essa abordagem visa identificar grupos vulneráveis, como idosos e pessoas de baixa renda, que enfrentam riscos desproporcionais em desastres naturais.

Historicamente, entre 1930 e 2015, pessoas com mais de 65 anos representaram 46% das mortes relacionadas a furacões nos Estados Unidos. A nova metodologia permite que autoridades locais e equipes de emergência acessem informações cruciais sobre quem reside nas áreas mais afetadas, facilitando a alocação de recursos de forma mais eficaz.

A análise combina dados do Censo dos EUA com previsões do National Hurricane Center e do Weather Prediction Center. As informações demográficas são protegidas por privacidade e incluem contagens agregadas por idade, raça, sexo e faixa de renda, mapeadas em células de aproximadamente um quilômetro quadrado. Isso garante que os dados sejam localizados sem identificar indivíduos.

Resultados da Análise

Durante o furacão Milton, a análise revelou que as populações mais afetadas eram desproporcionalmente mais velhas, hispânicas e de baixa renda. Os relatórios emitidos antes e após a tempestade mostraram que as previsões eram um guia razoável para a extensão real do furacão. Essa metodologia pode ser aplicada também para avaliar riscos de incêndios florestais e ondas de calor.

A iniciativa busca melhorar a resposta a desastres, garantindo que as comunidades mais vulneráveis recebam a assistência necessária em momentos críticos. A análise em tempo real permite que as autoridades se preparem melhor e ajudem aqueles que mais precisam, minimizando os impactos de desastres naturais.