27 de jun 2025


Nova Zelândia aprova uso terapêutico da psilocibina em tratamentos de saúde mental
Nova Zelândia inicia tratamento com psilocibina para depressão, unindo psicoterapia e doses controladas em ambiente seguro.

Nova Zelândia aprova tratamento com psilocibina. (Foto: Mason Trinca/The New York Times)
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O Ministério da Saúde da Nova Zelândia autorizou o uso medicinal da psilocibina, um composto encontrado em cogumelos alucinógenos, para tratar casos de depressão. O psiquiatra Cameron Lacey é o primeiro profissional a prescrever a substância em um programa controlado que combina psicoterapia e doses de psilocibina.
Esse avanço se insere em um movimento global que busca explorar o potencial dos psicodélicos no tratamento de condições como depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Lacey, que possui vasta experiência em ensaios clínicos, começou a investigar a psilocibina após perceber que muitos de seus pacientes não respondiam a antidepressivos tradicionais.
Os tratamentos serão rigorosamente monitorados. Os pacientes não receberão a psilocibina imediatamente após a consulta. Eles passarão por três sessões de psicoterapia antes de receber a primeira dose, que será administrada em um ambiente controlado. Durante a experiência, que dura cerca de oito horas, os pacientes usarão máscaras e fones de ouvido com sons da natureza.
Lacey destaca que a experiência pode ser intensa e desafiadora. Após a administração da psilocibina, os pacientes discutirão suas emoções e memórias, ajudando a identificar as causas da depressão. Durante os ensaios clínicos, dois terços dos participantes relataram redução nos sintomas depressivos.
O custo do tratamento varia entre 16 mil e 19,5 mil dólares. Apesar do preço elevado, Lacey afirma que outros psiquiatras já demonstraram interesse em oferecer a terapia. A legalização da psilocibina na Nova Zelândia segue a tendência observada em outros países, como a Austrália, que também aprovou o uso de psicodélicos para fins terapêuticos.
Nos Estados Unidos, a psilocibina ainda é classificada como substância da Tabela I, embora ensaios clínicos estejam em andamento para avaliar seu uso no tratamento de dependência e depressão. A popularidade crescente da psilocibina se deve a ensaios clínicos bem-sucedidos, além de seu menor potencial de vício em comparação com outros alucinógenos.
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