Álcool se torna mais arriscado para a saúde com o envelhecimento da população

O consumo de álcool entre adultos mais velhos pode ser mais arriscado do que se imaginava. Estudos recentes revelam que nenhuma quantidade de álcool é segura para pessoas com 65 anos ou mais, devido a mudanças fisiológicas e interações medicamentosas. O álcool afeta diversos sistemas do corpo, incluindo o coração e o cérebro, e pode agravar condições de saúde já existentes.

Sara Jo Nixon, diretora do Centro de Pesquisa e Educação em Dependência da Universidade da Flórida, destaca que o álcool prejudica particularmente os mais velhos, que já enfrentam declínios em várias áreas de saúde. Paul Sacco, professor da Universidade de Maryland, complementa que muitos não percebem como suas reações ao álcool mudaram com a idade. Isso pode resultar em intoxicação com quantidades menores de bebida, aumentando o risco de quedas e lesões graves.

Riscos Associados

O consumo de álcool está ligado ao desenvolvimento de doenças como demência, diabetes e hipertensão. Aryn Phillips, professora da Universidade de Illinois, alerta que o álcool pode piorar a saúde de quem já tem doenças crônicas. Além disso, a mistura de álcool com medicamentos pode ser perigosa, tornando tratamentos menos eficazes e aumentando o risco de efeitos colaterais graves.

A pesquisa de 2023 revelou que 12% dos adultos com 65 anos ou mais relataram consumir quatro ou mais doses em uma única ocasião no mês anterior. Essa tendência crescente de consumo entre os mais velhos é preocupante, especialmente após anos de mensagens contraditórias sobre os efeitos do álcool.

Diretrizes de Consumo

Especialistas recomendam que adultos mais velhos não consumam mais de uma dose de álcool por dia e não ultrapassem sete por semana. Embora o NIAAA não estabeleça diretrizes específicas, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças sugerem que o consumo moderado é de até duas doses diárias para homens e uma para mulheres.

Os profissionais enfatizam a importância de prestar atenção às reações do corpo ao álcool. Se você não bebe, não comece, aconselha Phillips. Para quem já consome, é fundamental ser honesto com o médico sobre o consumo e estar ciente de que a tolerância pode ter mudado com a idade.