03 de jul 2025

Distúrbios geomagnéticos aumentam risco de infarto em mulheres, aponta estudo
Estudo aponta que mulheres de 31 a 60 anos têm risco triplo de infarto durante tempestades solares, exigindo atenção especial à saúde cardiovascular.
Desde o fim da década de 1970, estudos conduzidos no hemisfério Norte têm sugerido que as partículas magnéticas expelidas pelo Sol podem ter impacto sobre a saúde humana (Foto: Nasa/Goddard Space Flight Center)
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Karina Toledo | Agência FAPESP – Um estudo recente publicado na revista Communications Medicine revelou uma ligação entre tempestades solares e o aumento de infartos, especialmente entre mulheres de 31 a 60 anos. A pesquisa analisou dados de admissões hospitalares por infarto do miocárdio em São José dos Campos (SP) entre 1998 e 2005, um período de intensa atividade solar.
Os pesquisadores, liderados por Luiz Felipe Campos de Rezende, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), examinaram 871 homens e 469 mulheres. Os dados foram cruzados com o Índice Planetário (Kp-Index), que mede variações no campo geomagnético. Os resultados indicam que as taxas de infarto em mulheres aumentam três vezes durante perturbações geomagnéticas em comparação a períodos calmos.
Embora o número total de infartos seja quase duas vezes maior entre homens, a frequência relativa de casos em mulheres durante condições geomagnéticas perturbadas é significativamente mais alta. Rezende destaca que as perturbações geomagnéticas, causadas pelo vento solar, podem afetar a saúde cardiovascular, mas a relação exata ainda precisa ser investigada.
Implicações para a Saúde
O estudo sugere que as mudanças na pressão arterial e no ritmo cardíaco, possivelmente influenciadas por essas perturbações, podem ser fatores de risco. Apesar de ser a primeira pesquisa desse tipo em latitudes brasileiras, os autores alertam que os resultados não são conclusivos e devem ser interpretados com cautela.
Os cientistas preveem que a atividade solar atingirá seu pico entre o final de 2024 e o início de 2025, o que pode aumentar a frequência de perturbações geomagnéticas. O Inpe monitora essas variações e, caso se confirme o impacto na saúde, estratégias de prevenção poderão ser desenvolvidas, especialmente para aqueles com problemas cardíacos.
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