Mulher tem parada cardíaca e quase fica cega após aplicação de botox falsificado

Kaylie Bailey, uma mãe de três filhos de 36 anos, passou por complicações graves após receber injeções de um produto não licenciado em um tratamento estético. O incidente ocorreu em Durham, onde ela pagou £ 75 (aproximadamente R$ 556) por três aplicações de uma substância que acreditava ser botox. Após o tratamento, começou a ter problemas de visão e foi diagnosticada inicialmente com ptose, uma condição que causa a queda da pálpebra superior.

Após retornar ao hospital, Kaylie foi diagnosticada com botulismo, uma doença rara e potencialmente fatal. Ela passou três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e recebeu tratamento com antitoxina botulínica. "Lembro de estar deitada na cama e pensar: 'Estou morrendo aqui, e não quero'", relatou, emocionada. O caso de Kaylie é um dos sete diagnosticados com botulismo após procedimentos estéticos em Durham, levando a uma investigação sobre a esteticista Gemma Gray.

Investigação em Andamento

Gemma Gray, que opera a Belissimo Aesthetics, utilizou uma toxina botulínica ilegal, conhecida como toxpia, que não possui licença para uso no Reino Unido. A Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido está investigando o caso, enquanto o governo britânico alerta sobre os riscos de procedimentos estéticos realizados por profissionais não qualificados. Gray cobrava entre £ 75 e £ 100 (R$ 556 a R$ 742) por três áreas de tratamento, alegando que se tratava de um "novo tipo de botox".

Outra vítima, Paula Harrison, de 54 anos, também passou por uma experiência semelhante após um procedimento com Gray. Ela foi internada no mesmo hospital e recebeu tratamento com antitoxina, permanecendo quatro dias hospitalizada. "Felizmente, estou bem, mas poderia ter morrido", afirmou Paula, expressando sua indignação.

Riscos e Recomendações

As autoridades de saúde alertam que a vida das pessoas está em risco devido a "operadores inadequadamente treinados". O Departamento de Saúde e Assistência Social enfatizou a importância de verificar a qualificação dos profissionais e a legalidade dos produtos utilizados em tratamentos estéticos. No Brasil, apenas profissionais de saúde qualificados podem administrar botox, enquanto no Reino Unido a regulamentação é menos rigorosa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já emitiu alertas sobre os riscos do botulismo após a aplicação de toxina botulínica, recomendando que os pacientes utilizem apenas produtos aprovados e busquem profissionais habilitados. Os principais sintomas do botulismo incluem visão borrada, dificuldade para engolir e respirar, e em casos graves, pode levar à morte.