03 de jul 2025

Ração contaminada causa morte de mais de 600 cavalos em trágico incidente
Ministério da Agricultura recolhe ração da Nutratta após mortes de mais de 600 animais por contaminação com monocrotalina.

Ração da Nutratta para equinos: recolhida pelo Mapa (Foto: Instagram/Reprodução)
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou o recolhimento de produtos da Nutratta, uma empresa com 28 anos de atuação no setor de ração para equinos, após a confirmação de contaminação por monocrotalina. Essa substância, altamente tóxica, está associada a mais de 600 mortes de cavalos e outros animais, incluindo cães e bovinos.
As investigações começaram após denúncias de óbitos de cavalos, com os primeiros casos surgindo em abril no Rio de Janeiro. Desde então, relatos de intoxicação se espalharam por estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Alagoas. A última ocorrência foi registrada em Guarulhos, onde nove cavalos faleceram em uma chácara.
Contaminação e Consequências
O Mapa recolheu todos os produtos da Nutratta destinados a equinos, produzidos a partir de novembro do ano passado. As amostras analisadas em laboratórios federais confirmaram a presença de monocrotalina, um alcaloide encontrado em plantas do gênero Crotalaria, que causa sérios danos ao fígado, pulmões e rins dos animais. Especialistas alertam que a substância pode afetar o sistema nervoso, levando à perda de controle motor.
A Nutratta emitiu uma nota lamentando os casos de intoxicação e morte, afirmando que está prestando suporte técnico aos afetados. A empresa, no entanto, ressalta que não há evidências conclusivas ligando os produtos à causa das mortes. Além disso, conseguiu uma liminar na Justiça Federal para retomar suas atividades de produção e comércio de produtos não destinados a equinos.
Falhas no Processo Produtivo
Um ofício do Mapa, datado de 25 de junho, apontou falhas significativas no processo produtivo da Nutratta. Entre as irregularidades estão a utilização de ingredientes não autorizados, falta de rastreabilidade nos lotes e ausência de controle na separação de matérias-primas, como torta de algodão e resíduo de soja. A situação levanta preocupações sobre a segurança alimentar e a saúde dos animais que consomem esses produtos.
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