07 de jul 2025
Desastres naturais não convencem população sobre urgência das mudanças climáticas
Estudo revela que crença na ligação entre desastres e mudanças climáticas é mais decisiva que a experiência direta em apoiar políticas climáticas.

Experiência direta com secas, enchentes ou queimadas tem pouco efeito sobre a opinião pública; apoio a ações climáticas cresce apenas quando há consciência do papel das mudanças do clima. (Foto: Gustavo Ghisleni/AFP)
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As mudanças climáticas têm intensificado eventos climáticos extremos, como incêndios e inundações, gerando preocupações sobre saúde e infraestrutura. Um estudo recente da ETH Zurich revela que a exposição a esses eventos não necessariamente aumenta o apoio a políticas climáticas. A pesquisa, liderada por Viktoria Cologna, analisou dados globais e concluiu que a crença na relação entre eventos climáticos e mudanças climáticas é mais influente.
O estudo, publicado na revista Nature Climate Change, utilizou dois conjuntos de dados: a pesquisa Trust in Science and Science-related Populism (TISP), com mais de 70.000 respostas em 68 países, e estimativas de população afetada por desastres climáticos. Os resultados mostraram que, em média, o apoio a políticas climáticas foi forte, com uma classificação média de 2,37 em cinco ações específicas, como aumentar impostos sobre carbono e promover energia renovável.
Embora a maioria das pessoas tenha vivenciado eventos como ondas de calor e chuvas intensas, o estudo revelou que não há correlação entre a exposição a desastres e o apoio a políticas climáticas, exceto em relação a incêndios florestais. A crença de que as mudanças climáticas agravam esses eventos foi um fator crucial para o apoio a políticas, superando a experiência direta com desastres.
A pesquisa também destacou que a cobertura da mídia sobre mudanças climáticas é limitada, com apenas 1% do conteúdo focando no tema. A falta de conexão clara entre desastres e mudanças climáticas pode estar dificultando um apoio mais robusto a ações climáticas. O estudo sugere que tornar essas conexões mais evidentes pode ser fundamental para aumentar o engajamento público em políticas de mitigação.
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