Blue Monday: a farsa do dia mais triste do ano e suas implicações na saúde mental

A terceira segunda-feira de janeiro, conhecida como Blue Monday, é considerada por muitos como o dia mais triste do ano. Em 2025, essa data cai em 20 de janeiro. O conceito foi criado em 2005 pelo psicólogo Cliff Arnall, que desenvolveu uma fórmula para determinar o dia mais deprimente, levando em conta fatores como dívidas pós-festas, clima e a sensação de fracasso em relação às resoluções de Ano Novo. Contudo, a Blue Monday carece de comprovação científica e é amplamente vista como um mito, originado de uma estratégia de marketing da agência de turismo Sky Travel, que buscava aumentar as vendas de passagens.

Embora a ideia de um dia mais triste tenha se popularizado, muitos especialistas em saúde mental criticam essa noção, afirmando que ela banaliza questões sérias como a depressão. A Mental Health Foundation do Reino Unido destaca que não existem estudos que comprovem a validade da Blue Monday e alerta para os perigos de trivializar sintomas de depressão e ansiedade. Arnall, que recebeu 1.200 libras para criar a fórmula, admite que não esperava a repercussão que o conceito teria, mas defende que ele ressoou com muitas pessoas.

A tristeza sazonal, ou Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), é uma condição real que afeta muitas pessoas durante os meses de inverno, especialmente em regiões com menos luz solar. Os sintomas incluem fadiga, ganho de peso e dificuldade de concentração. O tratamento pode envolver terapia com luz, antidepressivos e psicoterapia. Especialistas recomendam também manter uma rotina de exercícios, uma alimentação saudável e conexões sociais para melhorar a saúde mental.

No Brasil, profissionais de saúde mental sugerem estratégias para lidar com a tristeza associada à Blue Monday. Praticar atividades físicas, manter contato social e reservar momentos para si mesmo são algumas das dicas para enfrentar o dia. A ideia é promover o bem-estar emocional e combater a sensação de isolamento, especialmente em um dia que, embora popularizado, não possui base científica sólida.