29 de jan 2025
Estudo revela impacto negativo da maconha na memória de trabalho após uso prolongado
Estudo revela que 63% dos usuários intensos de maconha têm memória afetada. Pesquisa, a maior sobre o tema, sugere necessidade de mais investigações. Diminuição da atividade cognitiva foi observada em 68% dos usuários recentes. Efeitos da maconha na memória podem ser reversíveis após abstinência. Relação entre uso de maconha e TDAH levanta novas questões a serem exploradas.
MACONHA - Saúde: a droga tem impacto sobre a memória (Foto: iStock/Getty Images)
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Um estudo divulgado nesta terça-feira, 28, indica que o uso prolongado de maconha pode afetar a memória de trabalho, que é a capacidade do cérebro de reter informações para realizar tarefas. A pesquisa, publicada no periódico JAMA Network Open, sugere que 63% dos usuários intensos da droga, aqueles que a consumiram mais de mil vezes, apresentaram atividade cerebral reduzida durante tarefas de memória. O professor assistente em radiologia da Universidade do Colorado, Joshua Gowin, destacou que apenas a memória de trabalho mostrou um impacto estatisticamente significativo.
Além disso, 68% dos usuários recentes também mostraram diminuição na atividade cognitiva durante tarefas de memória, mas esse resultado não foi confirmado estatisticamente, o que impede conclusões definitivas sobre a relação com o uso da maconha. O estudo também avaliou funções como tomada de decisão e atenção, mas não encontrou evidências claras de comprometimento. A pesquisa não esclarece se os efeitos são duradouros, embora estudos anteriores sugiram que a atividade cerebral pode retornar ao normal após a abstinência.
Para a realização do estudo, os pesquisadores analisaram dados do Human Connectome Project, envolvendo mais de mil usuários de maconha com idades entre 22 e 36 anos, que tiveram sua atividade cerebral escaneada durante sete testes cognitivos. Gowin enfatizou a importância de entender os efeitos da cannabis na saúde humana, especialmente à medida que seu uso se torna mais comum, para que as pessoas possam tomar decisões informadas.
O estudo é considerado o maior sobre a relação entre o uso de maconha e a função cerebral, mas ainda existem muitas questões em aberto, como a influência do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A prevalência de TDAH entre usuários de maconha é maior do que na população geral, o que pode influenciar os resultados. Gowin ressalta a necessidade de estudos maiores e de longo prazo para entender melhor como a cannabis impacta o cérebro e os efeitos em diferentes faixas etárias.
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