Saúde

Estudo revela plasticidade inesperada em neurônios e desafia conceitos da neurociência tradicional

Pesquisa revela que neurônios inibitórios podem mudar de identidade em organoides 3D, desafiando a visão tradicional da neurociência.

Os neurônios são as células cerebrais responsáveis pela transmissão de sinais (Foto: vecstock/Freepik)

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Estudo desafia dogma da neurociência e aponta flexibilidade na identidade dos neurônios

Uma pesquisa inovadora, conduzida por cientistas da UC Santa Cruz e da UC San Francisco, nos Estados Unidos, questiona a crença de que os neurônios são células fixas e imutáveis após sua formação. O estudo, publicado na revista iScience, revela que neurônios inibitórios podem se transformar em outros tipos, como os positivos para parvalbumina, em modelos 3D do tecido cerebral.

Até então, a neurociência considerava que cada tipo de neurônio – motor, sensorial ou interneurônio – possuía uma identidade celular permanente. A nova descoberta aponta para um nível de plasticidade neuronal antes desconhecido, com implicações importantes para a compreensão do desenvolvimento cerebral e de distúrbios neurológicos.

Os pesquisadores utilizaram organoides cerebrais, modelos tridimensionais do tecido cerebral, para testar como os neurônios se desenvolvem e se adaptam in vitro. A utilização de estruturas 3D foi crucial para replicar a complexidade do cérebro real, permitindo observar a transformação de neurônios somatostatina em positivos para parvalbumina (PV+).

Os neurônios PV+ representam 60% dos neurônios inibitórios do córtex cerebral e desempenham um papel fundamental na transmissão rápida de informações e na adaptação do cérebro. Disfunções nesses neurônios estão associadas a distúrbios como autismo e esquizofrenia, impactando processos cognitivos e sensoriais.

Mohammed Mostajo-Radji, pesquisador do Instituto de Genômica da UC Santa Cruz e primeiro autor do artigo, afirma que a pesquisa “está nos fazendo repensar como os neurônios são realmente feitos e mantidos”. A equipe agora investiga as vias genéticas envolvidas na transição entre subtipos neuronais e a possibilidade de que esse fenômeno ocorra também em células vivas do cérebro.

A descoberta abre novas perspectivas para o estudo de doenças neurológicas e o desenvolvimento de terapias de reprogramação celular, utilizando células do próprio paciente para regenerar áreas danificadas do cérebro.

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