27 de abr 2025
Estudo revela que dose única de psicodélico melhora flexibilidade cognitiva por semanas
Estudo da Universidade de Michigan revela que uma única dose de psicodélico pode melhorar a flexibilidade cognitiva em camundongos por semanas.
Cérebro humano (Foto: Unsplash)
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Pesquisadores da Universidade de Michigan descobriram que uma única dose de um composto psicodélico pode aumentar a flexibilidade cognitiva em camundongos por semanas. O estudo, publicado na revista Psychedelics, sugere que essa substância pode induzir mudanças duradouras na função cerebral, com implicações significativas para o tratamento de problemas de saúde mental, como depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Os cientistas administraram 25CN-NBOH, um derivado da fenetilamina, a camundongos e observaram melhorias notáveis em tarefas de aprendizado de reversão. Os resultados mostraram que os animais tratados apresentaram maior eficiência e porcentagens de tentativas corretas em comparação ao grupo controle, que recebeu solução salina. A primeira autora do estudo, Elizabeth J. Brouns, destacou que os benefícios cognitivos foram medidos 15 a 20 dias após a administração, indicando que os efeitos vão além da percepção temporária.
Implicações para a Medicina Psicodélica
O professor Omar J. Ahmed, autor sênior do estudo, enfatizou a duração sustentada dos benefícios cognitivos após uma única dose. Ele apontou que isso sugere a possibilidade de que os psicodélicos possam induzir mudanças significativas na neuroplasticidade, especialmente no córtex pré-frontal, área responsável por funções como tomada de decisão e memória de trabalho.
Além disso, o estudo levanta questões sobre a frequência e a quantidade de doses necessárias para maximizar os benefícios cognitivos. Os pesquisadores pretendem investigar se múltiplas doses podem resultar em melhorias adicionais ou se há um efeito de platô.
Avanços na Pesquisa
Os resultados complementam pesquisas anteriores que já indicavam a capacidade dos psicodélicos de promover remodelação estrutural no cérebro. Com o crescente interesse na medicina psicodélica, essa pesquisa pode acelerar o desenvolvimento de terapias direcionadas. Atualmente, no Brasil, o uso de psicodélicos é restrito a estudos científicos e contextos religiosos, mas a cetamina, um anestésico com efeitos alucinógenos, já é utilizada em clínicas para tratar depressão resistente.
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