Dieta carnívora gera polêmica entre nutricionistas por riscos à saúde e deficiências nutricionais

A dieta carnívora, que prioriza o consumo de produtos de origem animal e elimina carboidratos, tem se tornado popular entre pessoas que buscam emagrecimento ou ganho de massa muscular. No entanto, nutricionistas alertam sobre a falta de embasamento científico e os riscos à saúde associados a esse regime alimentar.

Especialistas afirmam que a dieta carnívora não é equilibrada, pois exclui alimentos essenciais como grãos, leguminosas, frutas e verduras. A nutricionista Michele Trindade, da Associação Brasileira de Nutrição, destaca que a ausência de fibras pode levar a problemas digestivos e deficiências nutricionais. “As fibras contribuem para a saciedade e ajudam na formação do bolo fecal”, explica.

Além disso, a dieta pode resultar em um consumo excessivo de proteínas e gorduras, aumentando a carga sobre fígado e rins. A nutricionista Taís Rodrigues ressalta que essa abordagem não é recomendada como estilo de vida, pois pode comprometer a saúde a longo prazo. “É uma dieta nutricionalmente pobre e incompleta”, afirma.

Embora alguns adeptos relatem perda de peso, esse emagrecimento pode não ser sustentável. A restrição severa pode causar deficiências nutricionais e até levar a episódios de compulsão alimentar. “A dieta carnívora pode até ajudar a emagrecer, mas de uma maneira pouco saudável”, alerta Rodrigues.

No que diz respeito ao ganho de massa muscular, a dieta carnívora não é a mais eficaz. A falta de carboidratos, essenciais para energia e recuperação muscular, pode prejudicar o desempenho físico. “Sem carboidratos, o corpo pode entrar em catabolismo, utilizando a própria massa muscular como fonte de energia”, conclui Trindade.

Nutricionistas recomendam uma alimentação diversificada, que inclua todos os grupos alimentares, para garantir a saúde e o bem-estar.