23 de mai 2025
Cientistas desenvolvem nova técnica para aprimorar peptídeos bioativos em medicamentos
Pesquisadores da UFSCar inovam na modificação de peptídeos bioativos, potencializando tratamentos para diabetes e obesidade.
AGONISTA DO GLP-1RA - Saúde: estudo revela outros efeitos positivos e negativos (Foto: Carolina Rudah/Getty Images)
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Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou uma nova estratégia para modificar peptídeos bioativos, como os análogos do peptídeo-1 semelhante ao glucagon humano (GLP-1), que são a base de medicamentos como o Ozempic (semaglutida). A pesquisa visa melhorar a estabilidade, especificidade e meia-vida das moléculas, potencializando o tratamento de doenças como diabetes e obesidade.
O Ozempic, que já apresenta uma meia-vida ampliada de minutos para horas, permite administração semanal. Contudo, efeitos colaterais como náuseas e perda de massa muscular motivam a busca por aprimoramentos. O novo método desenvolvido pela UFSCar utiliza uma combinação de luz e dois catalisadores para modificar biomoléculas complexas de forma seletiva.
Avanços na Pesquisa
Os resultados foram publicados na revista JACS Au, da American Chemical Society. José Antônio Campos Delgado, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explicou que a técnica ativa uma ligação nitrogênio-hidrogênio no aminoácido triptofano, formando uma ligação irreversível que retarda a degradação da molécula no organismo. Essa inovação prolonga a ação terapêutica do fármaco.
O método demonstrou ser seletivo e eficiente, podendo ser concluído em apenas três horas e com baixo custo. Essa característica é essencial para a futura aplicação em escala industrial. Delgado destacou que a estratégia pode ser aplicada a diversos peptídeos terapêuticos, ampliando as possibilidades de novos medicamentos.
Desafios e Futuro
Os fármacos à base de GLP-1, como o Ozempic, têm revolucionado o tratamento do diabetes e estão sendo estudados para outras condições, incluindo doenças cardiovasculares. A nova tecnologia pode aprimorar essas terapias, mas ainda existem desafios a serem superados. A adaptação do método para produção em larga escala e a realização de estudos clínicos são etapas cruciais para validar a segurança e eficácia dos novos compostos.
Márcio Weber Paixão, líder do grupo de pesquisa, ressaltou a necessidade de investimento para avançar nas próximas etapas. Estudos sobre a atividade biológica da nova molécula estão sendo realizados em colaboração com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
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