Câncer de pulmão em não fumantes cresce e novo tratamento traz esperança a pacientes

Mireya Soriano, uma engenheira e escritora argentina de 76 anos, foi diagnosticada com câncer de pulmão com metástase no fígado, mesmo sem histórico de tabagismo. O diagnóstico ocorreu no Hospital La Paz, em Madrid, onde reside. Este tipo de câncer tem aumentado entre não fumadores, especialmente mulheres.

Após o diagnóstico, Soriano foi encaminhada para um ensaio clínico com o fármaco experimental zongertinib, que demonstrou resultados promissores. O tratamento levou à redução do tumor, permitindo que ela recuperasse suas forças e voltasse a uma vida normal. Recentemente, ela recebeu o prêmio Morosoli de Plata em Montevideo, onde seu filho a aplaudiu.

O oncólogo Jon Zugazagoitia, responsável pelo tratamento, destacou que a resposta de Soriano ao zongertinib foi positiva. O ensaio clínico, que envolve 130 pacientes em oito países, mostrou que setenta por cento dos participantes apresentaram redução do tumor. O zongertinib é direcionado a tumores com uma mutação no gene HER2, presente em cerca de três por cento dos casos de câncer de pulmão.

Os resultados preliminares do ensaio foram publicados no New England Journal of Medicine. O oncólogo ressaltou que, embora os tumores de pulmão continuem a ser a principal causa de morte por câncer, novos tratamentos estão surgindo. O zongertinib é um avanço significativo, especialmente para pacientes que não receberam tratamentos anteriores.

Soriano, que continua a escrever, já está trabalhando em sua nova novela, intitulada Con o favor do tempo, ambientada na Argentina dos anos 70. Ela realiza exames a cada duas semanas e, até o momento, sua condição está sob controle. A crescente incidência de câncer de pulmão em não fumadores, especialmente entre mulheres, ainda levanta questões sobre suas causas, que incluem fatores genéticos e ambientais.