03 de jun 2025
A aversão sexual e a assexualidade: compreendendo as diferenças e suas causas
Pressão social e representações negativas do sexo levam jovens a desenvolver aversão sexual e a se identificarem como assexuais.
Entenda o que é aversão sexual. (Foto: Reprodução/Unsplash)
Ouvir a notícia:
A aversão sexual e a assexualidade: compreendendo as diferenças e suas causas
Ouvir a notícia
A aversão sexual e a assexualidade: compreendendo as diferenças e suas causas - A aversão sexual e a assexualidade: compreendendo as diferenças e suas causas
A discussão sobre sexualidade, incluindo a assexualidade e a aversão sexual, tem ganhado destaque entre os jovens, especialmente na Geração Z. Luana, uma universitária de 21 anos, compartilha sua experiência ao se identificar como assexual e a aversão sexual que desenvolveu devido à pressão social. Para ela, a sociedade transmite a mensagem de que “sexo é maravilhoso e essencial”, o que a fez sentir-se “errada” por não compartilhar dessa necessidade.
Luana explica que não sente nojo de cenas de sexo, mas sim uma pressão constante que a faz questionar sua normalidade. A aversão sexual é definida como um desconforto em relação ao sexo, que pode incluir repulsa ou tristeza. A psicoterapeuta Karoline Oliveira destaca que essa aversão pode estar ligada a experiências traumáticas, como abuso, e a contextos sociais que reforçam a repressão sexual.
Estudos indicam que a aversão sexual é mais comum entre mulheres, influenciada pela heteronormatividade e pela cultura misógina. Oliveira observa que a indústria pornográfica contribui para distorções na percepção do sexo, levando mulheres a desenvolverem aversão ao próprio corpo. Essa situação é ainda mais acentuada para mulheres não brancas e não cisgênero, que enfrentam hiperssexualização e desumanização.
A assexualidade, por outro lado, não é considerada um transtorno. Oliveira enfatiza que a pressão social para que pessoas assexuais se encaixem em normas sexualizadas pode gerar traumas. O tratamento da aversão sexual deve ser feito por meio de psicoterapia, visando entender as causas da repulsa e trabalhar crenças prejudiciais. Em casos mais graves, pode ser necessário um tratamento multidisciplinar.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.