Saúde

Técnica de crioablação apresenta 100% de eficácia no tratamento do câncer de mama em estudo brasileiro

Estudo da Unifesp revela crioablação com 100% de eficácia em câncer de mama inicial. Procedimento minimamente invasivo permite retorno imediato para casa após tratamento. Próxima fase incluirá 700 pacientes acima de 60 anos entre 2025 e 2027. Crioablação ainda não disponível no SUS, apesar da aprovação da Anvisa. Técnica já é utilizada em países como EUA e Japão, mas enfrenta desafios de custo.

A assistente Cristina Spolador, 37, foi uma das participantes do estudo; ela conta que passou pelo procedimento, sem dor, e voltou ao trabalho no dia seguinte (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

A assistente Cristina Spolador, 37, foi uma das participantes do estudo; ela conta que passou pelo procedimento, sem dor, e voltou ao trabalho no dia seguinte (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

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Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que a crioablação, técnica de congelamento de células cancerígenas, apresentou 100% de eficácia em pacientes com câncer de mama em estágio inicial. Este é o primeiro protocolo de pesquisa na América Latina que aplica essa técnica para tratar tumores mamários. O procedimento, minimamente invasivo, utiliza uma agulha fina para injetar nitrogênio líquido a cerca de -140ºC, formando uma esfera de gelo que destrói as células tumorais. Realizado em ambiente ambulatorial com anestesia local, permite que as pacientes retornem para casa no mesmo dia.

Na fase inicial do estudo, sessenta pacientes com tumores de até 2,5 cm participaram. Entre as quarenta e oito com tumores de até 2 cm, a crioablação eliminou completamente o câncer. Nos doze casos restantes, com tumores entre 2 e 2,5 cm, 8% apresentaram focos residuais. Após a crioablação, foi realizada uma cirurgia conservadora para remover a área afetada e os linfonodos, procedimento padrão para verificar a migração de células cancerígenas.

O professor Afonso Nazário, um dos coordenadores da pesquisa, destacou que a meta é eliminar a necessidade de intervenções cirúrgicas futuras, pois o corpo reabsorve as células destruídas. Participantes como Cristina Spolador, que passou pelo procedimento, relataram experiências positivas, como a ausência de dor e a rápida recuperação. A pesquisa avança para a próxima fase, que incluirá setecentas pacientes entre março de 2025 e 2027, focando em mulheres acima de 60 anos com tumores de até 2 cm.

Embora a técnica já seja utilizada em países como Estados Unidos e Japão, ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A Anvisa aprovou o procedimento, mas a ANS ainda não o incorporou, limitando a cobertura pelos planos de saúde. Nazário acredita que a popularização da crioablação pode reduzir custos e beneficiar 20% a 30% das pacientes que aguardam tratamento no SUS. É importante ressaltar que a crioablação não substitui outros tratamentos, como radioterapia e quimioterapia, que podem ser combinados para um tratamento mais eficaz do câncer de mama.

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