05 de jun 2025
Pesquisadores despertam HIV latente e renovam esperança por cura da doença
Pesquisadores despertam HIV latente em células com RNA mensageiro, abrindo novas possibilidades para tratamentos futuros.
Imagem de microscópio colorida artificialmente mostrando o vírus HIV atacando células de defesa em laboratório. 2016. (Foto: Kallista Images/VEJA)
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Após décadas de pesquisa, a cura para o HIV (vírus da imunodeficiência humana) continua sendo um desafio. No entanto, medicamentos atuais permitem que os pacientes vivam de forma saudável, controlando a infecção. Recentemente, pesquisadores anunciaram um avanço significativo na busca por tratamentos mais eficazes.
Uma nova estratégia foi desenvolvida para despertar o vírus latente em células reservatório, utilizando RNA mensageiro (mRNA). O estudo, publicado na revista Nature Communications, sugere que essa abordagem pode abrir novas possibilidades para a erradicação do HIV. A pesquisadora Paula Cevaal, do Instituto Doherty, expressou surpresa com os resultados: “Ficamos impressionados com a diferença tão grande que foi de não estar funcionando antes e, de repente, estar funcionando”.
Quando o HIV infecta células do sistema imunológico, ele integra seu material genético ao DNA das células. Parte dessas células se torna um reservatório, sem produzir novas partículas virais, o que dificulta a cura. Os medicamentos atuais controlam a infecção, mas não conseguem eliminar esses reservatórios, que podem reativar a produção do vírus a qualquer momento.
Avanços na Pesquisa
Os pesquisadores conseguiram "acordar" essas células reservatório, permitindo que o sistema imunológico as reconheça. Para isso, foi utilizado um sistema semelhante ao das vacinas contra a Covid-19, onde o mRNA é introduzido nas células imunes. Contudo, a técnica foi testada apenas em células isoladas em laboratório, e sua eficácia em humanos ainda é incerta.
Jonathan Stoye, retrovirologista, destacou que a grande incógnita permanece: “É necessário eliminar todo o reservatório para ter sucesso, ou apenas a maior parte?”. Apesar das incertezas, a pesquisa representa um avanço significativo na administração de mRNA para fins terapêuticos.
Além disso, a equipe de Cevaal desenvolveu uma nanotecnologia que permite a entrega do mRNA dentro das células imunes, superando um desafio anterior. Essa inovação pode ser aplicada em futuros tratamentos não apenas para o HIV, mas também para outras doenças que afetam as células sanguíneas, como o câncer. A pesquisa continua, e os cientistas permanecem otimistas quanto às possibilidades que se abrem.
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