Saúde

Teste inovador identifica infecções prévias por zika e dengue com alta precisão

Pesquisadores do ICB USP desenvolveram teste ELISA para dengue e zika. O teste apresenta sensibilidade de 87,8% e especificidade de 91,4%. Ferramenta permite monitorar imunidade em áreas endêmicas e prevenir surtos. Teste diferencia anticorpos dos quatro sorotipos de dengue e zika. Importância aumenta com ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no Brasil.

"Dengue e zika são transmitidas pela picada do Aedes aegypti (Foto: Joao Paulo Burini/GettyImages)"

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Pesquisadores brasileiros desenvolveram um teste imunoenzimático do tipo ELISA para identificar pessoas expostas aos quatro sorotipos do vírus da dengue e ao vírus zika. O estudo, realizado no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), em colaboração com a Faculdade de Medicina (FM-USP) e a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), foi publicado no Journal of Medical Virology. A dengue, a arbovirose mais comum no mundo, é causada por um flavivírus que apresenta quatro sorotipos distintos, que circulam junto a outros vírus, como o zika.

O teste utiliza fragmentos da proteína do envelope viral (EDIII), que é crucial para a ligação do vírus às células humanas. Durante a pesquisa, financiada pela FAPESP, o teste foi validado com amostras de sangue de camundongos e, posteriormente, com cerca de 650 amostras de soro de pessoas em São Paulo, coletadas durante a epidemia de zika entre 2015 e 2017. Os resultados mostraram uma sensibilidade de 87,8% e uma especificidade de 91,4%, indicando a eficácia do teste em evitar resultados falso-negativos e falso-positivos.

Além disso, foram testadas 318 amostras de soro de pessoas saudáveis na Bahia, onde cerca de 65% reagiram a pelo menos um antígeno de dengue. Apenas três amostras mostraram reatividade para o zika, sugerindo que o vírus não circula na região há anos. O professor Luís Carlos de Souza Ferreira, coordenador do estudo, destacou que o teste é uma ferramenta poderosa para monitorar a imunidade em áreas endêmicas e para aqueles que receberam vacinas contra a dengue.

No Brasil, foram registradas 21 mortes por dengue nas primeiras semanas de 2025, com dois terços ocorrendo em São Paulo. O ressurgimento do sorotipo 3 do vírus após 17 anos gera preocupação entre especialistas. Ferreira enfatizou que o teste permitirá identificar indivíduos sem imunidade e implementar medidas de prevenção, como vacinação e controle do vetor. O teste também pode avaliar a imunidade de mulheres em idade fértil e grávidas em relação ao zika, sem risco de reatividade cruzada com os sorotipos de dengue. A pesquisa recebeu apoio de instituições como Capes, CNPq e INCTV.

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