Brasileiros preferem Bitcoin a dólar, ações e títulos do Tesouro, aponta pesquisa

A 1ª Pesquisa Nacional das Criptomoedas, realizada pelo Datafolha em parceria com a Paradigma Education, revela que 16% da população brasileira com mais de 16 anos já investiu em criptoativos, o que representa cerca de 25 milhões de pessoas. Esse número coloca os criptoativos como a quinta forma de investimento mais popular no Brasil, superando opções tradicionais como o dólar (14%), títulos públicos e privados (12%), ouro (8%) e ações (7%). O estudo, encomendado pela exchange Coinbase e pela gestora Hashdex, mostra que apenas a poupança (52%), imóveis (31%), dinheiro em espécie (25%) e fundos de investimento (19%) são mais procurados.

Apesar do aumento no interesse, o conhecimento sobre criptomoedas ainda é limitado. Entre os entrevistados que conhecem Satoshi Nakamoto, dois terços não sabem sobre outras moedas digitais. Além disso, 30% acreditam que criptoativos se assemelham mais à poupança do que ao ouro. Fábio Plein, da Coinbase, destacou que, embora os criptoativos sejam populares, muitos ainda não conhecem serviços como o staking, que permite renda passiva.

O perfil dos investidores em criptomoedas no Brasil mostra que as regiões Norte e Centro-Oeste têm os maiores percentuais de adeptos, com 19,6% de investidores. Quase 29% dos investidores têm entre 16 e 34 anos, e a maioria, 62,9%, se identifica como preta ou parda. Além disso, 20% da população brasileira, equivalente a 32 milhões de pessoas, manifestaram interesse em investir em Bitcoin ou outras criptomoedas nos próximos dois anos.

Para a pesquisa, foram entrevistadas 2.007 pessoas em 113 municípios, representando mais de 160 milhões de brasileiros com mais de 16 anos. Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, afirmou que o Brasil é um dos maiores mercados consumidores de cripto do mundo, mas ainda há um longo caminho a percorrer em termos de educação financeira.