Coreana SpaceX obtém autorização para lançamento comercial na Base de Alcântara

Em um avanço significativo na colaboração espacial entre o Brasil e a Coreia do Sul, a empresa Innospace obteve autorização da Agência Espacial Brasileira (AEB) para realizar o primeiro lançamento comercial do foguete HANBIT-Nano no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A data do lançamento ainda não foi definida, mas a expectativa é que ocorra no primeiro semestre de 2025.

A missão representa um passo importante para a AEB, que busca transformar Alcântara em um polo atrativo para lançamentos comerciais. A Innospace destacou que essa aprovação é um reflexo da forte parceria com o Brasil e do progresso em direção a um transporte espacial mais acessível. O HANBIT-Nano é um foguete de pequeno porte, projetado para colocar em órbita cargas leves, como nanossatélites, que têm aplicações em comunicação e pesquisa científica.

Detalhes do Foguete

Com 21,8 metros de comprimento e 1,4 metro de diâmetro, o HANBIT-Nano pode transportar cargas úteis de até 90 kg para órbitas síncronas ao Sol (SSO) a uma altitude de 500 km. O foguete possui um primeiro estágio equipado com um motor híbrido de 25 toneladas de empuxo, que utiliza uma combinação de parafina sólida e oxigênio líquido. O segundo estágio pode ser adaptado conforme a missão, utilizando motores híbridos ou líquidos, oferecendo flexibilidade para diferentes perfis de voo.

Esse lançamento é o primeiro de uma missão comercial da Innospace e também o primeiro de um foguete privado a partir de Alcântara. Em março de 2023, a empresa já havia realizado um teste com o foguete HANBIT-TLV no CLA, preparando-se para operações comerciais regulares que devem começar em 2025.

Acordos e Parcerias

A realização do lançamento foi viabilizada por um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado pelo Governo Federal em 2019. Esse acordo permite que empresas estrangeiras utilizem o CLA, garantindo a proteção da tecnologia utilizada por ambas as partes. Além da Innospace, outras três empresas foram habilitadas para operar no centro, que continua sob jurisdição brasileira, mesmo em parcerias com países como os Estados Unidos.