Tecnologia

Cientistas criam camundongos a partir de dois machos sem intervenção materna

Katsuhiko Hayashi desenvolveu técnica para gerar camundongos sem mãe em 2023. Cientistas chineses criaram método semelhante, mas com camundongos machos apenas. Novos camundongos enfrentam problemas de fertilidade e baixa sobrevivência. Técnicas podem revolucionar reprodução assistida, especialmente para casais homossexuais. Questões éticas e legais surgem sobre a aplicação dessas técnicas em humanos.

O filhote de camundongo criado por cientistas chineses: o desenvolvimento da técnica pode permitir que casais homoafetivos tenham filhos biológicos dos dois parceiros e é preciso debater seu potencial uso. (Foto: Zhi-kun Li, Wei Li y Qi Zhou et al.)

O filhote de camundongo criado por cientistas chineses: o desenvolvimento da técnica pode permitir que casais homoafetivos tenham filhos biológicos dos dois parceiros e é preciso debater seu potencial uso. (Foto: Zhi-kun Li, Wei Li y Qi Zhou et al.)

Ouvir a notícia

Cientistas criam camundongos a partir de dois machos sem intervenção materna - Cientistas criam camundongos a partir de dois machos sem intervenção materna

0:000:00

No início de março de 2023, durante a Terceira Cúpula Internacional sobre Edição de Genes Humanos, o pesquisador japonês Katsuhiko Hayashi apresentou uma descoberta inovadora: a geração de camundongos a partir de dois machos, utilizando um procedimento complexo para converter células-tronco masculinas em femininas. Essa técnica, que envolve a manipulação de células-tronco pluripotentes, foi publicada na revista Nature e permite a criação de óvulos a partir de células masculinas, possibilitando a fertilização in vitro com esperma de outro macho.

Quase dois anos depois, uma equipe da Academia Chinesa de Ciências, liderada por Zhi-kun Li, Wei Li e Qi Zhou, desenvolveu um método semelhante, mas com uma abordagem diferente. Publicado na revista Cell Stem Cell, o novo procedimento também gera camundongos a partir de dois machos, embora ainda exija uma fêmea para gestar os embriões. Os pesquisadores enfrentaram o desafio do imprinting genético, essencial para a sobrevivência dos embriões, utilizando técnicas de edição de genes para eliminar as barreiras que impedem a viabilidade dos embriões gerados a partir de gametas do mesmo sexo.

Apesar dos avanços, os camundongos gerados por esse protocolo apresentam limitações. A maioria não sobrevive até a idade adulta, e os que sobrevivem não são férteis, necessitando de clonagem para reprodução. A complexidade do procedimento de edição de genes, que envolve a remoção de regiões do genoma, pode ser a causa dessas dificuldades. Em estudos anteriores, camundongos biparentais maternos mostraram melhores taxas de sobrevivência e fertilidade em comparação aos biparentais paternos.

Essas pesquisas levantam questões sobre o futuro da reprodução assistida, especialmente se as técnicas forem aprimoradas para embriões humanos. A possibilidade de casais homossexuais masculinos ou femininos serem pais biológicos de seus filhos poderia transformar a dinâmica familiar. No entanto, a implementação dessas técnicas ainda é considerada ficção científica, tanto pela falta de viabilidade técnica quanto pelas implicações éticas que demandam reflexão cuidadosa.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela