21 de mai 2025
Avião pode voar com combustível feito do ar, mas custo ainda é alto
Combustíveis sustentáveis para aviação, como os e fuels, prometem reduzir emissões, mas enfrentam altos custos e desafios de escalabilidade.
Foto ilustrativa de uma linha de produção de uma planta agrícola francesa na indústria de laticínios. (Foto: Ian Berry/CNN/Adobe Stock)
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O desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação, como o SAF (Sustainable Aviation Fuel), avança com novas tecnologias de e-fuels. Esses combustíveis, que utilizam CO₂ do ar e hidrogênio renovável, têm potencial para voos comerciais até 2030, apesar dos altos custos e desafios de escalabilidade.
Os e-fuels são considerados a alternativa mais promissora para a descarbonização do setor aéreo. Camille Mutrelle, oficial de política de aviação da organização Transport & Environment, afirma que, ao contrário do SAF bio-baseado, os e-fuels podem ser escalados sem competir com a produção de alimentos. Atualmente, o custo médio dos e-fuels é de 7.695 euros (cerca de R$ 42 mil) por tonelada, enquanto o SAF bio-baseado custa 2.085 euros (aproximadamente R$ 11 mil). Em comparação, o combustível de aviação convencional custa cerca de 734 euros (aproximadamente R$ 4 mil) por tonelada.
Tecnologia em Desenvolvimento
A produção de e-fuels envolve a captura de CO₂ da atmosfera e a eletrólise da água para extrair hidrogênio. Essa abordagem evita os problemas ambientais associados aos biocombustíveis tradicionais. A startup Twelve, da Califórnia, está desenvolvendo um método de eletrólise a baixa temperatura, que promete ser mais eficiente. A empresa planeja abrir sua primeira planta de produção, chamada AirPlant One, em 2025, com capacidade para produzir 50 mil galões de SAF anualmente.
A United Airlines é uma das companhias que apoiam essa iniciativa, com um contrato para fornecer 260 milhões de galões de SAF ao longo de 14 anos. Embora ainda não tenha realizado voos comerciais com e-fuels, a empresa espera iniciar essa operação em breve.
Desafios e Expectativas
Apesar do potencial, a transição para combustíveis sustentáveis enfrenta barreiras significativas. A professora de gestão da aviação Marina Efthymiou destaca que os altos custos iniciais e a falta de políticas de incentivo dificultam a adoção em larga escala. A maioria das companhias aéreas ainda utiliza SAF bio-baseado, que é mais acessível.
Recentemente, a Virgin Atlantic realizou o primeiro voo transatlântico totalmente movido por combustíveis sustentáveis, demonstrando que a aviação limpa é viável, embora opções como os e-fuels ainda sejam caras e difíceis de escalar. A expectativa é que, com investimentos e apoio regulatório, a aviação movida a combustíveis feitos do ar se torne uma realidade mais próxima.
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