23 de fev 2025
Inteligência artificial transforma a arqueologia e revela segredos do passado
Um pergaminho de 2.000 anos foi decifrado com IA, revelando palavras em grego. A Universidade de Tel Aviv usou IA para reconstruir virtualmente a cidade de Afula. Arqueólogos decifraram tábuas de argila da antiga Ugarit com auxílio da IA. O Brasil utiliza Lidar para mapear sítios arqueológicos na Amazônia. A combinação de IA e escaneamento redefine a arqueologia digital e a história.
AVANÇO - Laboratório moderno: uma janela aberta para a Antiguidade (Foto: iStock/Getty Images)
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O uso da inteligência artificial (IA) está revolucionando a arqueologia, permitindo que mistérios antigos sejam desvendados. Um exemplo notável é o pergaminho de dois mil anos, carbonizado pela erupção do Vesúvio, encontrado em Herculano, Itália. Inicialmente considerado irrecuperável, o documento revelou sua primeira palavra em grego, equivalente a "roxo". Através de um processo chamado desenrolamento virtual, os pesquisadores já identificaram pelo menos quinze trechos que, em breve, formarão um texto coerente.
A combinação de tomografia de alta resolução e um feixe de luz síncrotron possibilitou essa descoberta. Segundo Brent Seales, professor da Universidade de Kentucky, a IA é capaz de resolver problemas complexos, como tornar legíveis traços de tinta em documentos danificados. O sucesso com o pergaminho é apenas o começo, com pesquisadores da Universidade de Tel Aviv utilizando IA para recriar a planta da antiga cidade de Afula, identificando padrões urbanos a partir de mapas aéreos e dados arqueológicos.
Além disso, a IA tem sido aplicada na decifração de tábuas de argila da antiga Ugarit, na Síria, traduzindo textos em acadiano para o inglês. O sistema não só reconhece glifos cuneiformes, mas também reproduz o estilo original dos textos, permitindo a classificação em diferentes gêneros, como administrativo ou religioso. Essa era de inovações está proporcionando um avanço sem precedentes na arqueologia.
No Brasil, pesquisadores estão utilizando sensoriamento remoto aerotransportado (Lidar) para mapear sítios arqueológicos na Amazônia, buscando proteger áreas em risco ambiental. Maria Isabel D’Agostino Fleming e Vagner Carvalheiro Porto, da Universidade de São Paulo (USP), destacam que a combinação de IA e escaneamento de alta precisão não só facilita a leitura de textos antigos, mas também a reconstituição digital de artefatos danificados. A arqueologia digital está, assim, reescrevendo a história e abrindo novas janelas para o passado.
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