07 de mar 2025
Já estamos imersos em um futuro de Turing, com máquinas imitando a cognição humana
O artigo de Bernardo Nunes Gonçalves discute a relevância do Teste de Turing hoje. Turing desafiou a superioridade da mente humana com seu "jogo da imitação". A evolução da IA exige novos métodos de avaliação, além do Teste original. Gonçalves destaca a insustentabilidade dos modelos computacionais atuais. O legado de Turing é crucial para debates sobre IA e suas implicações sociais.
CAPTCHA - Máquinas passaram no teste: a consistência de suas respostas mostra isso (Foto: Thikstock/VEJA/VEJA)
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Em 1950, o matemático britânico Alan Turing propôs uma nova abordagem para a questão da inteligência das máquinas, substituindo a pergunta “Podem as máquinas pensar?” pelo “jogo da imitação”. Neste conceito, um interrogador humano deveria discernir, através de conversas escritas, se estava interagindo com uma máquina ou um ser humano. Se a máquina conseguisse enganar um número significativo de avaliadores, estaria, segundo Turing, “pensando”. Setenta e cinco anos depois, a evolução das plataformas de inteligência artificial generativa, como Chat GPT e DeepSeek, demonstra que as máquinas superaram esse teste em muitos aspectos, levando a uma reflexão sobre a realidade atual.
O artigo “Passed the Turing Test: Living in Turing Futures”, de Bernardo Nunes Gonçalves, explora a relevância do Teste de Turing e seu impacto no desenvolvimento da inteligência artificial. Gonçalves, que possui doutorados em modelagem computacional e filosofia, analisa como a ideia de Turing desafiou a crença na superioridade da mente humana e influenciou a cultura popular, como evidenciado no filme 2001: Uma Odisseia no Espaço. Ele também menciona marcos históricos, como a vitória do supercomputador Deep Blue sobre Garry Kasparov em 1997 e a vitória do Watson no programa Jeopardy! em 2011.
Gonçalves argumenta que os modelos atuais de inteligência artificial, baseados em transformadores e aprendizado profundo, não apenas imitam respostas humanas, mas também aprendem e melhoram seu desempenho de forma autônoma. Ele destaca que a principal inovação dos transformadores é o mecanismo de atenção, que permite um processamento mais eficiente de dados. Além disso, o artigo discute as implicações sociais da automação, ressaltando que Turing previu que não apenas trabalhadores braçais, mas também profissionais intelectuais poderiam ser substituídos por máquinas.
Por fim, o artigo sugere que, à medida que a inteligência artificial avança, novas formas de avaliação se fazem necessárias. Gonçalves propõe métodos rigorosos, como protocolos estatísticos e testes adversários automatizados, para garantir que as máquinas não apenas “aprendam a enganar” os testes tradicionais. Ele enfatiza que a visão de Turing continua relevante, não apenas como um critério técnico, mas como um ponto de partida para discussões sobre o impacto da IA na sociedade.
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