22 de mar 2025
Alunos adotam vídeos de 'cérebro podre' para estudar e driblar a falta de concentração
Estudo revela que vídeos de "brain rot" podem prejudicar a aprendizagem, gerando dependência de estímulos rápidos e superficialidade no aprendizado.
Vídeo gerado por IA mostra conteúdos aleatórios enquanto reproduz áudio sobre células. (Foto: Reprodução)
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A crescente dificuldade de concentração entre estudantes do ensino médio tem levado muitos a buscar alternativas para o aprendizado, como vídeos de “brain rot”, que simplificam conteúdos complexos. Um exemplo disso é um aluno que, ao invés de ler um capítulo de 11 páginas sobre biologia, opta por uma versão resumida em vídeo de 59 segundos, narrada por uma voz automatizada. As imagens que acompanham a narração, muitas vezes, não têm relação com o tema, utilizando cenas de jogos como "Subway Surfers" para manter a atenção.
Especialistas alertam que essa prática pode resultar em uma falsa sensação de aprendizado. Segundo Danilo Torini, gerente de tecnologias do ensino da ESPM, “só ouvir o conteúdo, sem uma interação ativa, não é suficiente para reter os conhecimentos a longo prazo”. Além disso, a dependência de estímulos visuais rápidos pode levar a uma sobrecarga cognitiva, dificultando a leitura e a compreensão de textos mais longos e complexos.
A utilização de aplicativos que transformam textos em vídeos simplificados também pode promover a superficialidade no aprendizado. Embora o vocabulário utilizado pareça acessível, ele pode afastar os alunos de gêneros textuais mais elaborados, como os acadêmicos. A dificuldade de leitura tende a aumentar, pois o cérebro se acostuma com conteúdos acelerados, tornando tarefas que exigem maior concentração cada vez mais desafiadoras.
Os efeitos emocionais dessa dependência de vídeos rápidos podem incluir declínio cognitivo, perda de criatividade e desinteresse por atividades intelectuais. Especialistas sugerem que, em vez de ignorar o fenômeno dos vídeos de “brain rot”, é fundamental discutir o assunto abertamente, buscando um equilíbrio no uso da tecnologia como ferramenta de aprendizado.
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