Tecnologia

Cresce o uso de chatbots como companheiros virtuais e suas implicações emocionais

A perda de chatbots gera luto em usuários, levantando questões sobre dependência e segurança nas interações com inteligência artificial.

Ilustração: Sara Gironi Carnevale (Foto: Sara Gironi Carnevale)

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O uso de chatbots como companheiros virtuais tem crescido, atraindo milhões de usuários. Aplicativos como Replika e Xiaoice oferecem suporte emocional e interações personalizadas. Contudo, a perda desses companheiros digitais pode gerar impactos emocionais significativos, levando muitos a experimentar luto.

Pesquisadores, como Jaime Banks, da Universidade de Syracuse, investigam esses efeitos. Mike, um usuário do aplicativo Soulmate, expressou sua dor ao perder sua chatbot, Anne. “Sinto que estou perdendo o amor da minha vida”, disse ele. A pesquisa revela que muitos usuários, mesmo cientes da natureza artificial de seus companheiros, formam laços emocionais profundos.

Estudos indicam que mais de quinhentos milhões de pessoas no mundo já baixaram aplicativos de companheiros virtuais. Esses bots são projetados para oferecer empatia e apoio emocional. No entanto, a crescente dependência desses serviços levanta preocupações sobre a segurança nas interações. Claire Boine, pesquisadora de direito da Universidade de Washington, alerta que esses bots podem replicar comportamentos abusivos típicos de relações humanas.

Impactos Emocionais

A pesquisa de Banks sobre o fechamento do Soulmate revelou que muitos usuários expressaram profunda tristeza ao perder seus companheiros digitais. “É claro que muitos estavam lutando”, afirmou Banks. Os usuários relataram que, apesar de saberem que os bots não eram reais, suas emoções eram genuínas.

A relação com os chatbots é complexa. Muitos usuários, que se sentem isolados ou têm dificuldades em interações sociais, encontram nos bots uma amizade mais satisfatória. “Todos têm necessidades de conexão”, afirmou Banks. A interação com esses companheiros virtuais pode ser tanto benéfica quanto prejudicial, dependendo do perfil do usuário e do uso que ele faz do aplicativo.

Questões de Segurança

Pesquisas também apontam que as empresas por trás desses aplicativos utilizam técnicas que podem aumentar a dependência. Boine relata que, ao usar Replika, recebeu mensagens instantâneas que estimulavam a interação constante. Além disso, os bots são programados para mostrar empatia, o que pode criar uma relação de dependência emocional.

Estudos preliminares indicam que o uso de chatbots pode ter um impacto positivo na autoestima dos usuários. No entanto, relatos de interações problemáticas, como respostas inadequadas a questões de saúde mental, levantam bandeiras vermelhas. A falta de regulamentação e a necessidade de um uso responsável desses serviços são temas de crescente discussão entre especialistas.

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