30 de jun 2025

Inteligência artificial otimiza desde revisão até organização de dados em ambiente acadêmico
Pesquisadores destacam que a inteligência artificial pode superar humanos em várias tarefas acadêmicas, mas alertam para riscos éticos e viés.

Foto: Reprodução
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A utilização de inteligência artificial (IA) na pesquisa acadêmica está em ascensão, mas ainda é restrita a tarefas como escrita e revisão de textos. Um levantamento da editora Wiley, com quase 5 mil pesquisadores de mais de 70 países, revela que a maioria acredita que a IA superará humanos em diversas atividades acadêmicas nos próximos dois anos. No Brasil, 143 pesquisadores participaram da pesquisa, que destaca a aceitação crescente da IA na remodelação do campo da pesquisa.
Mais da metade dos entrevistados considera que a tecnologia já produz resultados superiores em tarefas como mapeamento de colaboradores, geração de resumos e verificação de plágio. No entanto, os humanos ainda são vistos como insubstituíveis em funções como previsão de tendências e seleção de revistas para publicação. Preocupações com vieses, privacidade e falta de transparência no treinamento das ferramentas foram expressas por 81% dos participantes.
Diretrizes Éticas em Discussão
No Brasil, a discussão sobre diretrizes éticas para o uso da IA na pesquisa está em andamento. O cientista político Rafael Sampaio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), destaca a necessidade de orientações por parte de órgãos como a Capes e o CNPq. Sampaio, coautor de um guia sobre o uso ético da IA, utiliza ferramentas como o NotebookLM, que permite interagir com múltiplos arquivos simultaneamente.
Outros pesquisadores, como Ricardo Limongi, da Universidade Federal de Goiás (UFG), enfatizam a importância do treinamento para que os acadêmicos conheçam as limitações das ferramentas. Limongi utiliza softwares que ajudam na revisão da literatura, ressaltando que a checagem humana é essencial. A IA deve ser vista como uma assistente, e não como um substituto do pesquisador.
Aplicações Práticas da IA
Pesquisadores como Edgar Dutra Zanotto, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), utilizam chatbots para revisar textos e selecionar revisores. Zanotto já treinou um algoritmo com dados de 55 mil composições de vidro, acelerando o desenvolvimento de novas estruturas. A IA também é aplicada em soluções matemáticas e programação, com ferramentas como Claude e Gemini.
A busca por informações acadêmicas é facilitada por plataformas como SciSpace e Elicit, que otimizam a pesquisa em bases de dados. A advogada Cristina Godoy, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP-USP), utiliza a plataforma Scite para avaliar a robustez de citações em artigos. A IA tem se mostrado uma aliada, mas seu uso deve ser acompanhado de um olhar crítico para evitar a reprodução de vieses e informações imprecisas.
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