Microsoft apresenta Majorana 1, seu primeiro chip de computação quântica

A Microsoft anunciou, na quarta-feira, o Majorana 1, seu primeiro chip de computação quântica, após quase duas décadas de pesquisa na área. Especialistas acreditam que os computadores quânticos poderão resolver problemas complexos que seriam inviáveis para os computadores clássicos. Enquanto os computadores tradicionais utilizam bits que podem estar ligados ou desligados, os qubits dos computadores quânticos operam em ambos os estados simultaneamente. Além da Microsoft, empresas como Google, IBM, IonQ e Rigetti Computing também desenvolveram processadores quânticos.

O chip da Microsoft utiliza oito qubits topológicos feitos de arseneto de índio, um semicondutor, e alumínio, um supercondutor. Um artigo na revista Nature detalha as especificações do chip. Diferentemente do chip de inteligência artificial Maia 100, que será disponibilizado na nuvem pública Azure, o Majorana 1 não será acessível aos clientes. O objetivo é alcançar um milhão de qubits em um único chip, com a fabricação dos componentes sendo realizada internamente nos Estados Unidos.

Jason Zander, vice-presidente executivo da Microsoft, afirmou que a empresa pretende atingir alguns centenas de qubits antes de discutir a confiabilidade comercial do chip. Enquanto isso, a Microsoft colaborará com laboratórios nacionais e universidades em pesquisas utilizando o Majorana 1. O interesse dos investidores em computação quântica é crescente, com ações da IonQ subindo 237% em 2024 e Rigetti quase 1.500%. Juntas, as duas empresas geraram R$ 14,8 milhões em receita no terceiro trimestre.

A Microsoft também acredita que a computação quântica pode impulsionar outras áreas, como sua divisão de inteligência artificial, que já possui uma receita anualizada superior a R$ 13 bilhões. Zander destacou que os computadores quânticos podem ajudar na criação de dados para treinar modelos de IA, permitindo inovações como a invenção de novas moléculas e medicamentos, algo que antes era considerado impossível. Ele também mencionou que um chip quântico da Microsoft pode estar disponível na Azure antes de 2030, desafiando a ideia de que essa tecnologia está a décadas de distância.