UCL adquire acervo inédito de George Orwell e preserva sua herança cultural

A University College London (UCL) adquiriu cerca de 160 documentos de George Orwell, incluindo cartas e anotações, que agora integram o Arquivo Orwell. Esses materiais, que pertenciam a Victor Gollancz, editor do autor, são considerados essenciais para a preservação da herança cultural britânica.

Os documentos, datados de 1934 a 1937, incluem materiais relacionados a quatro das primeiras obras de Orwell: A filha do reverendo, Mantenha o sistema, A caminho de Wigan e Dentro da baleia. A UCL destaca que essas anotações oferecem uma visão única sobre o processo de edição dos textos do autor, revelando as preocupações de Gollancz sobre difamação e as frustrações de Orwell com as mudanças solicitadas.

Aquisição e Riscos

A coleção foi anteriormente adquirida pelo Grupo Orion, que decidiu vendê-la em 2018, alegando falta de espaço. O antiquário Rick Gekoski, responsável pela venda, afirmou que a UCL foi abordada, mas não aceitou a proposta de £ 1 milhão. Sem compradores, os documentos foram divididos entre colecionadores e bibliotecas, o que gerou críticas sobre a possível perda de um patrimônio literário.

A compra dos documentos foi realizada em parceria com Jonkers Rare Books e Peter Harrington Rare Book, com apoio do National Heritage Memorial Fund e da Friends of the Nations’ Libraries. Sarah Aitchison, diretora das Coleções Especiais da UCL, ressaltou a importância dos documentos para entender as particularidades da obra de Orwell.

Importância Cultural

O biógrafo de Orwell, DJ Taylor, classificou a aquisição como um "tesouro absolutamente fantástico". Ele destacou que, caso os documentos tivessem sido vendidos a colecionadores privados, poderiam ter se perdido para sempre. A UCL agora se torna a instituição com o maior acervo de pesquisa sobre George Orwell, garantindo que esses materiais estejam acessíveis ao público e à pesquisa acadêmica.