19 de mai 2025
Como a inteligência artificial está remodelando a religião no século 21
A tecnologia transforma a espiritualidade: robôs, IA e aplicativos tornam a prática da fé mais acessível e personalizada.
Crucificação de Jesus retratada em arte sacra com Maria, sua mãe, e o apóstolo João aos pés da cruz. (Reprodução: Creative Commons)
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Aplicativos de oração, freiras virais no TikTok, padres que consultam o ChatGPT antes do sermão e até robôs que respondem perguntas sobre a Bíblia. Em meio à crescente digitalização da vida, a fé também passa por uma transformação sem precedentes — e a tecnologia está no centro desse processo.
A inteligência artificial, em especial, tem ganhado espaço nas práticas religiosas, oferecendo desde respostas a dúvidas bíblicas até auxílio na composição de músicas devocionais. É o caso do sacerdote Caru Das Adhikary, nos Estados Unidos, que usa IA para adaptar mantras do sânscrito ao rap moderno. Já pastores como Ed Stetzer, da Talbot School of Theology, recorrem a assistentes como o ChatGPT para buscar citações históricas e refinar reflexões doutrinárias.
O fenômeno não se restringe aos bastidores. Em igrejas e templos pelo mundo, robôs estão sendo integrados ao cotidiano religioso. O SanTO, por exemplo, é um “padre robô” com aparência de santo clássico criado para atender idosos e pessoas com mobilidade reduzida. No templo budista Longquan, em Pequim, o robô Xian’er recita mantras e explica ensinamentos milenares com calma e precisão.
Essas experiências apontam para um novo capítulo da espiritualidade: mais acessível, personalizada e mediada por algoritmos. E enquanto países da Europa e América do Norte registram um declínio nas taxas de afiliação religiosa — como os 28% de norte-americanos que hoje se dizem ateus, agnósticos ou “sem religião” — o digital abre caminhos alternativos para manter viva a busca por sentido.
Essa nova paisagem também gerou ferramentas como o Ore, parceiro espiritual no WhatsApp que envia versículos, orações e reflexões diárias sob demanda. O funcionamento é simples: o usuário conversa com o Ore como se estivesse trocando mensagens com um amigo — mas nesse caso, o conteúdo gira em torno de versículos, orações, reflexões e até mesmo dúvidas sobre passagens bíblicas. A proposta é tornar a experiência devocional mais acessível, prática e constante, sem abrir mão da profundidade espiritual.
Além de enviar versículos diários para meditação, o Ore oferece motivos de oração personalizados, devocionais curtos e apoio para quem deseja fortalecer sua rotina espiritual. Também é possível tirar dúvidas sobre trechos da Bíblia ou simplesmente conversar sobre fé — sempre com respostas acolhedoras e baseadas nas Escrituras.
A plataforma é gratuita nos primeiros 30 dias e pode ser acessada a qualquer hora do dia. E, como funciona via WhatsApp, não exige instalação de novos aplicativos nem conhecimento técnico. Basta adicionar o número e começar a conversar, como em qualquer grupo de igreja ou bate-papo entre amigos.
O Ore e todos esses outros exemplos refletem uma tendência crescente: o uso de tecnologia e IA para promover experiências de fé mais próximas, personalizadas e inclusivas. Em vez de substituir a presença humana, a proposta é ampliar o acesso à espiritualidade no cotidiano digitalizado em que vivemos.
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