27 de jan 2025
Trabalho em viveiros transforma vidas de mulheres em processo de ressocialização
A parceria entre Novacap e Funap, iniciada em 2017, visa ressocialização. Quase 80 mulheres reeducandas trabalham em viveiros, cultivando mudas. O trabalho promove habilidades técnicas e fortalece a autoestima das participantes. Projetos de ressocialização feminina são raros, tornando essa iniciativa única. A bolsa auxílio permite que reeducandas ajudem suas famílias e se reergam.
Atualmente, os viveiros produzem cerca de 3.564 mudas por semana, resultando em milhares de mudas mensais destinadas a projetos de arborização. (Foto: Carlos Vilaça/Novacap)
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A reintegração de pessoas privadas de liberdade ao convívio social tem sido um desafio enfrentado pela sociedade, e o trabalho se destaca como uma estratégia eficaz. Um exemplo notável é o projeto desenvolvido nos viveiros de plantas da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), onde mulheres em processo de ressocialização encontram oportunidades para reconstruir suas vidas. Desde 2017, a parceria com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) permitiu que quase 80 reeducandas atuassem na produção de mudas de espécies nativas e ornamentais, promovendo não apenas o cultivo, mas também o desenvolvimento pessoal.
Maria Silva, de 32 anos, é uma das participantes que encontrou no trabalho uma nova perspectiva. Ela relata: “Aqui aprendi a cuidar das plantas e, mais importante, aprendi a cuidar de mim mesma.” O trabalho em equipe e as atividades diárias, que incluem desde a semeadura até a montagem das bandejas com mudas, têm proporcionado um ambiente de apoio mútuo, essencial para a transformação pessoal. A chefe da Divisão de Agronomia da Novacap, Janaina González, destaca que a intenção é expandir o projeto, que atualmente já produz cerca de 3.564 mudas por semana.
A escolha de trabalhar exclusivamente com mulheres nos viveiros é uma abordagem humanitária e estratégica, considerando que projetos de ressocialização voltados para o público feminino são raros. O presidente da Novacap, Fernando Leite, afirma que “anualmente, os dois viveiros desenvolvem mais de 80 espécies de flores e milhares de mudas de árvores”, contribuindo para a arborização da cidade. Essa iniciativa não apenas melhora a qualidade de vida das reeducandas, mas também impacta positivamente a sociedade.
O trabalho nos viveiros representa uma chance de independência e renovação de perspectivas. Maria enfatiza que, com o valor da bolsa-auxílio, consegue ajudar na criação dos filhos e se sente valorizada: “Aqui me chamam pelo nome e me sinto alguém.” A diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins, ressalta que cada muda cultivada simboliza um passo em direção a uma nova história de vida, tanto para as reeducandas quanto para a sociedade, evidenciando o poder transformador do trabalho.
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