22 de abr 2025
Pesquisadores sugerem que oceanos da Terra já foram verdes devido à evolução da fotossíntese
Pesquisadores japoneses revelam que oceanos da Terra eram verdes no éon Arqueano, desafiando conceitos sobre a evolução da vida e química oceânica.
Lum3n (Foto: Reprodução)
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Estudo aponta que oceanos da Terra eram verdes no passado
Pesquisadores japoneses defendem que os oceanos terrestres, que hoje se apresentam em tons de azul, possuíam coloração esverdeada no éon Arqueano, devido à alta concentração de ferro e à fotossíntese anaeróbica. A descoberta altera a compreensão sobre a evolução da vida e a química oceânica do planeta.
A pesquisa, publicada na revista Nature, sugere que a química dos oceanos primordiais e a evolução da fotossíntese são responsáveis pela mudança de cor. A análise de formações ferríferas bandadas – rochas depositadas entre 3,8 bilhões e 1,8 bilhão de anos atrás – foi crucial para a conclusão.
Durante o éon Arqueano, a vida se restringia a organismos unicelulares e a atmosfera era desprovida de oxigênio. A chuva dissolvia o ferro das rochas continentais, transportando-o para os oceanos, onde se acumulava.
A fotossíntese anaeróbica, realizada pelos primeiros organismos, liberava oxigênio que se ligava ao ferro na água do mar. Esse processo, ao longo do tempo, levou ao “grande evento de oxidação”, um marco que possibilitou o surgimento da vida complexa.
Águas verdes e pigmentos fotossintéticos
A tonalidade esverdeada dos oceanos antigos é associada a uma forma de ferro oxidado, observada em águas vulcânicas na ilha japonesa de Iwo Jima. Algas verde-azuladas, ancestrais das bactérias fotossintéticas modernas, prosperavam nessas águas.
Os pesquisadores descobriram que algas verde-azuladas geneticamente modificadas com ficoeritrobilina (PEB) crescem melhor em águas verdes. O PEB, um pigmento fotossintético, se mostrou mais eficiente em condições de luz verde.
Simulações computacionais indicaram que o oxigênio liberado pela fotossíntese inicial gerou alta concentração de partículas de ferro oxidado, tornando a água da superfície esverdeada.
Implicações para a busca por vida em outros planetas
O estudo aponta que planetas com oceanos “pálidos pontos verdes” podem ser bons candidatos a abrigar vida fotossintética primitiva. A cor dos oceanos está diretamente ligada à química da água e à influência da vida.
A pesquisa ressalta que a cor dos oceanos pode mudar ao longo do tempo, influenciada por fatores como atividade vulcânica, níveis de oxigênio e tipos de organismos presentes. Em cenários futuros, oceanos roxos, vermelhos ou marrons também são possíveis.
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