Religião

A cruz: de símbolo de vergonha à veneração na Sexta-Feira Santa

A cruz, símbolo de vergonha para os primeiros cristãos, agora é venerada em cultos na Sexta Feira Santa, refletindo sua ressignificação ao longo dos séculos.

Hoje, os cristãos usam a cruz como símbolo religioso, mas inicialmente rejeitaram o instrumento em que Jesus morreu. (Foto: Getty Images via BBC)

Hoje, os cristãos usam a cruz como símbolo religioso, mas inicialmente rejeitaram o instrumento em que Jesus morreu. (Foto: Getty Images via BBC)

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A Evolução da Cruz: De Símbolo de Vergonha a Ícone de Adoração

A cruz, central nas celebrações da Sexta-Feira Santa (18), passou por uma notável transformação ao longo dos séculos. Inicialmente vista com aversão pelos primeiros cristãos, o instrumento de execução de Jesus evoluiu para um símbolo de adoração e fé.

Nos primórdios do cristianismo, a crucificação era considerada uma pena abominável, especialmente para os judeus. A prática romana, além da crueldade, expunha a vítima nua em público, causando profunda humilhação. Nas catacumbas romanas, locais de culto secreto, não havia imagens da cruz.

Arqueóloga Cayetana Johnson, da Universidade Eclesiástica de San Dámaso, explica que os primeiros cristãos evitavam a cruz por “medo e vergonha”. A execução era vista como um escândalo, realizada por governantes estrangeiros e associada a criminosos perigosos.

A primeira representação cristã foi a silhueta de um peixe, ligada ao grego “ichthys”, acrônimo de “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. O peixe também remetia aos pescadores, discípulos de Jesus, e aos milagres realizados na Galileia.

A mudança começou com o imperador Constantino 1°, que, no século 4, legalizou a fé cristã e adotou a cruz como símbolo militar e pessoal. Segundo relatos, Constantino teve uma visão da cruz antes de uma batalha, e a utilizou em seus escudos, obtendo a vitória.

A historiadora Joanne Pierce ressalta que, mesmo antes de Constantino, líderes religiosos já reinterpretavam a cruz, associando-a à ordem divina no cosmos. A busca pela cruz onde Jesus morreu, liderada pela mãe de Constantino, Helena, em Jerusalém, também contribuiu para a ressignificação do símbolo.

Com o tempo, a representação da cruz evoluiu. Inicialmente delicada e adornada, tornou-se mais realista e, na Idade Média, ganhou imagens mais duras e sangrentas, refletindo os conflitos e a atmosfera da época. Hoje, a cruz é o símbolo máximo do cristianismo, lembrando a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

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