Religião

Seminário dos Legionários de Cristo: experiências de disciplina e aprendizado na juventude

Ex aluno revela a rotina rigorosa e as experiências marcantes vividas em seminário dos Legionários de Cristo, incluindo a pressão para se tornar padre.

Julio Lapagesse (Foto: Reprodução)

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Um ex-aluno de um seminário dos Legionários de Cristo, instituição católica que formava padres, compartilha suas experiências vividas entre os anos 2000 e 2006. O seminário, localizado em Arujá, na Grande São Paulo, funcionava como internato e escola, atendendo alunos de 11 a 17 anos.

A rotina era marcada por regras rigorosas. Os alunos usavam uniforme completo e seguiam horários estritos, como acordar às 6h25 e fazer a cama em três minutos enquanto recitavam uma oração. Os banhos eram cronometrados e realizados em silêncio, e a interação entre os colegas era limitada, com proibições de abraços e conversas sobre meninas.

O ensino, no entanto, era considerado de qualidade. Com turmas pequenas, os professores, que não eram padres, podiam dedicar atenção individualizada. As aulas incluíam matérias tradicionais e línguas clássicas, como latim e grego, que, segundo os educadores, ajudavam no raciocínio lógico. O aluno destaca que essa formação contribuiu para seu aprendizado em outros idiomas.

Atividades Extracurriculares

Uma das experiências mais marcantes foi a participação na orquestra do seminário. Os alunos tinham aulas de instrumentos musicais e tocavam repertórios variados, incluindo clássicos de Bach e Mozart, além de músicas dos Beatles e do Abba. As apresentações eram realizadas para as famílias durante as visitas, que ocorriam a cada quinze dias.

As visitas familiares eram momentos esperados, embora limitados a quatro vezes por ano. Os alunos recebiam "bélicos", lanches trazidos pelos pais, e a saudade era um sentimento comum, dado o isolamento do internato. Com o tempo, o desejo de deixar a instituição cresceu. Aos quatorze anos, o ex-aluno já sabia que não queria se tornar padre e, após conversas com os superiores, decidiu sair ao final do terceiro ano.

Após seis anos no seminário, ele precisou de tempo para se readaptar ao mundo fora da instituição. O ex-aluno relembra que, mesmo após deixar o seminário, a cultura religiosa ainda o acompanhava, como quando dormiu na praia de Copacabana para ver o papa Francisco durante sua visita ao Brasil em 2013.

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