05 de mai 2025
Camada de gelo da Antártida registra crescimento histórico após décadas de perda
Camada de Gelo Antártica registra ganho recorde de 108 gigatoneladas anuais, revertendo temporariamente a perda de gelo.
ANTÁRTIDA - Derretimento: perigo é iminente, mas reversível (Foto: David Merron Photography/Getty Images)
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Uma reviravolta inesperada ocorre na Antártida, que, após décadas contribuindo para a elevação do nível do mar, registrou um ganho de massa recorde na Camada de Gelo Antártica (AIS) entre 2021 e 2023. Um estudo publicado na revista Science China Earth Sciences revela que a camada ganhou 108 gigatoneladas anualmente, revertendo temporariamente a tendência de perda de gelo.
Esse crescimento foi impulsionado por aumentos anômalos na precipitação, especialmente na Antártida Oriental, onde quatro bacias glaciais apresentavam sinais de instabilidade. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Tongji e outras instituições, utilizou dados das missões GRACE e GRACE-FO, que monitoram variações no campo gravitacional da Terra.
Entre 2011 e 2020, a Antártida perdia gelo a uma taxa de 142 gigatoneladas por ano. No entanto, entre 2021 e 2023, essa tendência se inverteu, resultando em um ganho que compensou a elevação global do nível do mar em aproximadamente 0,3 milímetro por ano. As regiões de Wilkes Land e Queen Mary Land foram as principais responsáveis por esse aumento.
Sinais de Recuperação
As bacias glaciais de Totten, Denman, Universidade de Moscou e Baía de Vincennes, que enfrentaram forte perda de massa na última década, agora mostram sinais de recuperação parcial. Apesar dessa boa notícia, especialistas alertam que o fenômeno pode ser temporário. Os ganhos estão associados a padrões climáticos incomuns, provavelmente resultantes de oscilações naturais, e não indicam uma reversão duradoura do aquecimento global.
A Antártida abriga mais da metade da água doce do planeta e, junto com a Groenlândia e a expansão térmica dos oceanos, tem sido crucial para a elevação do nível do mar. Este novo ciclo de crescimento destaca a sensibilidade das regiões polares às variações climáticas. A maioria dos cientistas enfatiza que uma recuperação sustentada depende de mudanças climáticas mais amplas e consistentes.
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