Ciência

Viçosa abriga um dos principais bancos de solos antárticos do mundo para pesquisas climáticas

Banco de solos da UFV revela que a Antártida pode se tornar sumidouro de carbono e traz à luz achados arqueológicos de expedições passadas.

Material parte do banco de solos antárticos da Universidade Federal de Viçosa (Foto: Reprodução)

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A Universidade Federal de Viçosa (UFV) abriga um dos principais bancos de solos antárticos do mundo, com 3.715 amostras de mais de 650 perfis de solo. Este acervo, resultado de mais de 20 anos de coletas na Antártida, permite estudos sobre mudanças climáticas e permafrost. Recentemente, o banco possibilitou uma pesquisa que sugere que a crise climática pode transformar áreas da Antártida em sumidouros de carbono.

O professor Carlos Schaefer, um dos idealizadores do projeto, coletou a amostra inicial em dezembro de 2002, em um ponto atrás da estação antártica brasileira Comandante Ferraz. Ele relata que a coleta exigiu esforço físico considerável, com a necessidade de cavar até o permafrost, o solo congelado. "Nós dois revezamos, cavamos, chegamos ao permafrost," afirma Schaefer, que também destaca a importância de monitorar a temperatura do solo com sensores.

Achados Arqueológicos

Além de dados climáticos, o banco de solos revelou achados arqueológicos significativos. Em 2010, Schaefer encontrou restos de um acampamento de exploradores do século XIX, incluindo ossos de foca e placas de couro. Este local foi classificado como os primeiros arqueoantrossolos da Antártida, evidenciando a presença humana na região.

Outro achado importante ocorreu em um local onde a expedição do geólogo sueco Otto Nordenskjöld ficou presa no início do século XX. Schaefer descobriu restos de um acampamento, incluindo ossos de pinguins, que foram utilizados como alimento pelos exploradores. "Nós matamos cerca de 400 pássaros, que se provaram suficientes para nosso inverno," escreveu Nordenskjöld em seu relato.

Impacto Ambiental

Schaefer também identificou contaminação no solo, resultante de atividades humanas. A análise de um local próximo a uma base inglesa, que pegou fogo na década de 1940, revelou resíduos industriais e metais pesados. "Mostramos que o nosso legado, um legado nocivo, é muito antigo," conclui Schaefer, ressaltando a importância das pesquisas para entender o impacto humano na Antártida.

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