Marcelo Rubens Paiva revela desafios da falta de certidão de óbito em série sobre ditadura

Família de Rubens Paiva enfrentou dificuldades financeiras por falta de certidão de óbito

O escritor e ativista Marcelo Rubens Paiva revelou as dificuldades financeiras enfrentadas pela família após a morte de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar. A falta da certidão de óbito impediu o inventário e o acesso a recursos financeiros por mais de 15 anos.

A declaração foi dada em entrevista para a série inédita “Fronteiras da Memória”, do canal Curta!, com direção de Stela Grisotti. A produção investiga como Brasil, Argentina e Chile lidam com as memórias do período ditatorial na segunda metade do século XX.

A ausência do documento gerou impacto imediato na vida da família. Marcelo Rubens Paiva relatou que a impossibilidade de acessar as contas bancárias e aplicações financeiras de Rubens Paiva e de seus avós causou uma crise financeira repentina. “A gente ficou sem dinheiro do dia pra noite, e a mãe só tinha o dinheiro que estava na conta bancária”, afirmou.

A série “Fronteiras da Memória” destaca a problemática enfrentada por familiares de desaparecidos políticos durante a ditadura. A falta da certidão de óbito se tornou um obstáculo para a resolução de questões patrimoniais e a garantia de direitos básicos.

Marcelo Rubens Paiva enfatizou que a situação se estendeu por um longo período. De 1971 a 1996, a família enfrentou a impossibilidade de abrir contas-correntes, resgatar aplicações e até mesmo vender um terreno. A experiência pessoal de Marcelo Rubens Paiva ilustra as consequências duradouras da repressão política e a importância da memória para a busca por justiça e reparação.

A série “Fronteiras da Memória” tem estreia prevista para o segundo semestre no canal Curta!.